Por André Garcia
Responsável por 17,21% da meta nacional de redução de gases de efeito estufa no Brasil, Mato Grosso quer ampliar em 1,3 milhão de hectares sua área de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) até 2030 e 311 hectares a área destinada aos Sistemas Agroflorestais (SAFs).
O planejamento está na pauta do Grupo Gestor Estadual do Plano ABC+MT, que vem se reunindo com outros setores do Governo para definir estratégias para consolidar a agropecuária sustentável, o que, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), pode render um retorno até 11 vezes maior que os investimentos.
Com relação à ILPF, o Grupo pretende capacitar os produtores e incentivar o uso de espécies nativas e ofertar linhas de financiamento para garantir o avanço da prática, que recupera áreas de pastagens degradadas e combina diferentes atividades produtivas como cultivo de grãos, criação de gado e produção de agroenergia.
No caso dos SAFs, que associam a produção agropecuária com áreas de matas nativas preservadas, haverá reforço no apoio de projetos voltados à agricultura familiar, financiamento junto ao Banco Mundial, formação técnica e políticas de pagamento por serviços ambientais.
Vale destacar que, de 2010 a 2023, foram investidos R$ 13 bilhões nessas tecnologias para uma agropecuária de baixo governo em todo o País. O retorno estimado foi de R$ 165 bilhões em recuperação de pastagens degradadas e R$ 202 bilhões, se somado a esse valor o da integração lavoura-pecuária-floresta.
Metas de Mato Grosso até 2030
O ABC+ em MT é um plano estadual que busca adaptação da agropecuária às mudanças climáticas e uma produção com baixa emissão de carbono até 2030. Suas metas incluem o aumento de 3,3 milhões de plantio direto de grãos, de 285 mil hectares de florestas plantadas, além da recuperação de 3,82 milhões de pastagens degradadas.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, destacou que essas tecnologias contribuem também para o aumento da renda, garantindo a sustentabilidade da propriedade, trazendo mais eficiência produtiva e conservando o solo, água e a vegetação.
“O produtor rural tem retorno, está gostando e está aprendendo. Esse plano vai levar cada vez mais prosperidade, desenvolvimento econômico, geração de emprego e produção com sustentabilidade. Ninguém faz uma agricultura tão sustentável quanto o Brasil, quanto o Mato Grosso”, afirmou.
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