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Seca impõe escassez hídrica em cinco bacias hidrográficas no Brasil

Seca impõe escassez hídrica em cinco bacias hidrográficas no BrasilO Rio Paraguai viveu escassez hídrica inédita em 2024. Foto: Viviane Amorin/MMA

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A seca que vem assolando boa parte do Brasil nos últimos meses perdeu força, mas o quadro geral ainda é preocupante. Pela primeira vez em mais de um século de medições, a Agência Nacional de Águas (ANA) decretou estado de escassez hídrica em cinco grandes bacias hidrográficas do País – os rios Madeira, Purus, Tapajós e Xingu, todos afluentes do rio Amazonas; e o Rio Paraguai, no Pantanal sul-mato-grossense.

Como destacou a Folha, com exceção do Madeira, que já tinha experimentado situação de escassez hídrica recentemente, todos os demais vivem um cenário inédito desde o começo das medições hidrográficas, no início do século XX. O território impactado supera os 2,2 milhões de km2, o que representa mais de 1/4 do território brasileiro.

A reportagem também destacou as limitações que dificultam o monitoramento da situação hídrica do país pela ANA. Em todo o país, a agência conta com 23 mil estações de monitoramento hidrológico. No entanto, a ANA está sem nenhum estoque desses equipamentos por falta de recursos, o que piorou depois do corte de R$ 43 milhões no orçamento no começo do ano.

A declaração de escassez hídrica é importante para alertar as autoridades sobre a necessidade de açõs preventivas do Corpo de Bombeiros, por exemplo, para evitar queimadas em áreas de seca extrema; para que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) altere o nível de um reservatório de hidrelétrica; ou para que Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) acelere a dragagem (retirada de sedimentos) de um determinado trecho de rio para garantir a passagem de embarcações.

Veronica Sánchez, diretora-presidente da ANA, afirma que, neste ano, os decretos de escassez balizaram medidas preventivas na bacia do rio Paraguai, na região do pantanal, sinalizando que medidas de combate a incêndios tinham de ser antecipadas, devido à seca severa em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, informa a reportagem.