De acordo com o observatório europeu Copernicus, 2024 será o ano mais quente já registrado. Em novembro, a temperatura média global de superfície registrada pelo Copernicus foi de 1,62oC acima dos índices pré-industriais. Com os dados agregados desde janeiro, a projeção é de que a temperatura média global para o ano ficará 1,6oC além do patamar de meados do século XIX, excedendo o recorde estabelecido em 2023 de 1,48oC.
A média dos últimos 12 meses (dezembro de 2023 a novembro de 2024) já indicam esse quadro. Nesse período, a temperatura média global ficou 0,73oC acima da média de 1991-2020 e 1,61oC acima do nível de 1850-1900. Considerando os últimos 17 meses, novembro de 2024 foi o 16º mês em que a temperatura média superou 1,5oC de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais.
No último ano, os efeitos do fenômeno El Niño ajudaram a potencializar os eventos de calor intenso ao redor do mundo. Entretanto, desde o final do 1º semestre de 2024, as águas do Oceano Pacífico Central estão sob influência do fenômeno La Niña, que deveria ajudar a conter o calor. A baixa intensidade do La Niña, associada aos impactos persistentes do calor do El Niño e do aquecimento global causado pela concentração crescente de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, não foi capaz de segurar a escalada da média de temperatura em 2024.
“Com os dados do Copernicus para o penúltimo mês do ano, podemos agora confirmar com virtual certeza que 2024 será o ano mais quente já registrado e o primeiro ano-calendário acima de 1,5oC. Isso não significa que o Acordo de Paris foi violado, mas enfatiza que a ação climática ambiciosa é mais urgente do que nunca”, afirmou Samantha Burgess, diretora-adjunta do serviço de mudanças climáticas do Copernicus, citada pela Folha.