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75% do desmatamento registrado em Mato Grosso em 2024 é ilegal

75% do desmatamento registrado em Mato Grosso em 2024 é ilegalMT perdeu 1.700 km² de vegetação nos biomas Amazônia e Cerrado. Foto: Redes Sociais

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Apesar da redução de 32% na destruição do Cerrado e da Amazônia em Mato Grosso entre agosto de 2023 e julho de 2024, o desmatamento ilegal continua predominante e ameaça o cumprimento das metas ambientais do estado. Segundo nota técnica do Instituto Centro de Vida (ICV), 75% da área desmatada no período ocorreu de forma ilegal.

O estado perdeu 1.700 km² de vegetação nos biomas Amazônia e Cerrado, com a destruição concentrada em grandes propriedades rurais. O ICV alerta que, para atingir o compromisso de zerar o desmatamento ilegal e reduzir a destruição legalizada na Amazônia a 571 km² e no Cerrado a 150 km², até 2030, é necessário intensificar a fiscalização, melhorar a análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e investir no combate à degradação.

Ainda de acordo com o ICV, 56,7% da destruição ilegal ocorreu por “degradação progressiva”, principalmente com o uso do fogo, concentrado em áreas privadas. O ICV critica a lógica econômica que incentiva o desmatamento ilegal e pede ações mais rigorosas do governo. O estudo também aponta que pressões normativas ameaçam as metas ambientais assumidas interacionamento pelo Estado do Mato Grosso na eliminação do desmatamento ilegal.

“O desmatamento mais expressivo em Mato Grosso é feito por quem tem recursos financeiros, porque desmatar grandes áreas, nessa proporção, custa caro. E esses são fatos já conhecidos tanto pela Sema [Secretaria de Meio Ambiente] quanto por outros órgãos fiscalizadores, e devem servir de referência para a priorização da autuação e fiscalização por esses crimes, de forma inteligente”, disse Vinícius Silgueiro, coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, ao portal Oeco.

Por fim, ICV destaca que as recentes legislações e propostas no Mato Grosso, como a redução de distâncias mínimas para aplicação de agrotóxicos e a eliminação de incentivos fiscais para empresas comprometidas com a Moratória da Soja, enfraquecem a proteção ambiental e dificultam o combate ao desmatamento ilegal e à preservação da floresta no Estado. Confira a nota técnica aqui.