HomeTecnologia

RG do Boi promete controle sanitário e combate ao desmate

RG do Boi promete controle sanitário e combate ao desmateFoto: Michel Alvim/Secom-MT

Sem manejo adequado, Cerrado se descaracteriza e fica menos resiliente
Pior seca em 44 anos atinge mais da metade dos estados do Brasil
China estuda medidas para conter lucro de empresas de carvão

Com início da implementação previsto ainda para este mês, o sistema de brincagem de gado no Brasil garantirá o rastreamento do rebanho, mostrando por onde cada animal passou do nascimento ao abate. A estratégia faz parte do Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB) e além de representar um avanço no controle sanitário, também pode ser decisiva no combate ao desmatamento.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a fase de adaptação começa agora, em 2025, e se estende até 2026. O período será usado para o desenvolvimento de banco de dados e a realização de testes técnicos. A adoção obrigatória do sistema no campo começará, efetivamente, a partir de 2027 e até 2032 ele deverá estar totalmente operacionalizado.

Informações como o histórico, a localização e a trajetória de cada animal vão gerar uma documentação individual, o chamado RG do Boi, e devem ser integradas à outra iniciativa do Ministério, a Plataforma Agro Brasil + Sustentável.

A plataforma vai disponibilizar dados públicos organizados e rastreáveis relacionados à produção rural do país. Ele deve trazer indicadores da sustentabilidade exigidos pelo mercado externo, como conformidade ambiental, qualificação da produção e uso da terra, com cruzamento de dados com o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Diferentemente da política de rastreabilidade sanitária, porém, a adesão à plataforma será voluntária pelos produtores.

No País, que tem 238 milhões de cabeças de boi, segundo a última Pesquisa de Pecuária Municipal, do IBGE, de 2023, a implementação da brincagem será gradual, terá quatro fases e durará oito anos.

“Um plano para expandir a rastreabilidade para todos os bois, em todo o território nacional, não dá para fazer de um dia para outro. A pecuária tem uma cadeia muito pulverizada e será preciso de um tempo de adaptação e incentivos ao pequeno produtor”, disse Fernando Sampaio, diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) à Capital Reset.

A base de dados vai coletar os seguintes dados de cada animal: espécie, sexo, data de nascimento (mês e ano), data de registro na Base Central de Dados (será gerada automaticamente pelo sistema), data da identificação, data da baixa no sistema informatizado, se o animal é importado ou não, e se é nascido ou não na propriedade onde ocorreu a identificação.

A partir da movimentação, serão registrados no sistema dados de origem e de destino, espécie e datas de emissão e vencimento da Guia de Trânsito Animal. Os dados de trânsito poderão ser inseridos no sistema tanto pela origem quanto pelo destino.  Além disso, os dados dos produtores também serão coletados: nome completo, CPF ou CNPJ, e as propriedades a eles vinculadas.

LEIA MAIS:

Brasil lança plano de rastreabilidade bovina

Plataforma da JBS permite consulta sobre rastreabilidade da cadeia

Agricultura institui GT que definirá rastreabilidade individual de animais

Rastreabilidade na cadeia pecuária é urgência para o Brasil

Saiba os benefícios da rastreabilidade para o produtor

Rastreabilidade pode reverter prejuízos na pecuária

Rastreabilidade melhora gestão, alavanca tecnologia e agreva valor

Câmara Setorial aprova proposta de sistema de rastreabilidade