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Com Trump no poder, cautela e caldo de galinha são o melhor remédio

Com Trump no poder, cautela e caldo de galinha são o melhor remédioNo primeiro mandato de Trump, Brasil saiu favorecido. Foto: Agência Brasil

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A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos traz à tona uma série de especulações sobre o impacto de suas políticas no agronegócio brasileiro.

Para começar, o mandato do republicano pode alterar a dinâmica comercial com a China, especialmente a partir do segundo semestre de 2025. Isso porque, no primeiro semestre, é provável que a China já tenha garantido estoques suficientes para mitigar impactos imediatos de eventuais tensões.

No primeiro mandato de Trump, a guerra comercial travada contra a China favoreceu as exportações brasileiras, já que os chineses tiveram que recorrer à oferta brasileira para cobrir o vácuo deixado pela redução das exportações americanas.

Um estudo da Universidade de Illinois mostra que nos últimos 20 anos, as exportações de soja do Brasil quadruplicaram, impulsionadas principalmente pelo mercado chinês. O salto ocorreu principalmente na segunda década, de 2017 a 2023. Em contraste, as exportações de soja dos EUA se estabilizaram desde 2016

“Apesar dos planos da China de expandir sua própria produção doméstica de soja e diminuir a dependência de importações, espera-se que continue importando mais soja do Brasil do que dos Estados Unidos devido à competitividade de preços e razões geopolíticas”, apontam os pesquisadores.

Até 2013, os Estados Unidos foram o maior exportador de soja do mundo, sendo ultrapassado pelo Brasil. Desde então, a participação brasileira no comércio global de soja só cresceu, atingindo um recorde em 2023.

A pergunta que fica é se, dentro de sua promessa de tornar os EUA grandes novamente, Trump resolve reconquistar a liderança perdida nas exportações de soja?

Apesar (ou em por causa) das ameaças de Trump com cobranças de tarifas exorbitantes sobre as importações chinesas, Estados Unidos e China parecem caminhar para um acordo comercial.

Para o agro brasileiro resta esperar os novos movimentos. Com  a adoção de práticas mais sustentáveis e de baixo carbono, o Brasil está cada vez mais resiliente ao desafio do mercado internacional que já se impõe. Com Trump, porém, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

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