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Ritmo lento do algodão em MT preocupa produtor

Ritmo lento do algodão em MT preocupa produtorCenário está ligado ao clima chuvoso no Estado. Foto: CNA

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Por André Garcia

Sem trégua da chuva, a semeadura do algodão em Mato Grosso na safra 2024/25 avança em ritmo lento: até o dia 24 de janeiro, apenas 28,57% da área projetada havia sido plantada, um atraso de 48,48 pontos percentuais em relação à safra passada e 24,37 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos.

De acordo com boletim semanal divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), em todo o estado, a semeadura teve um avanço semanal de 9,23 pontos porcentuais. A região sudeste do MT é a mais avançada, com 52,48% da semeadura concluída, enquanto a oeste é a mais atrasada, com 16,82%.

A entidade reforça que o cenário está ligado, principalmente, ao clima chuvoso no estado nos últimos dias, o que tem prolongado o ciclo da soja e prejudicado o avanço da colheita. Como já mostramos, a situação impede a entrada do maquinário no campo e tem comprometido também o plantio do milho safrinha na janela ideal.

“As condições climáticas serão cruciais para o andamento dos trabalhos a campo nos próximos dias, visto que, em muitos municípios, os produtores estão no aguardo de melhores condições para iniciar a colheita da oleaginosa e a semeadura do algodão”, diz trecho do boletim.

Para este ano, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) havia previsto um aumento de 3,2% na área de semeadura de algodão para a safra 2025 em todo o País em relação à safra anterior. A expectativa é de que a área plantada deva chegar a cerca de 2 milhões de hectares.

Contudo, a conjuntura em Mato Grosso, principal produtor do Brasil, aponta para uma redução de sua área plantada, o que deve afetar os resultados nacionais. Isso porque, já está aceso o alerta entre os agricultores, que sabem que o atraso aumenta os riscos envolvidos nessa cultura, que exige um manejo mais intenso e estratégico.

Vendas sob pressão

Além disso, os preços da pluma seguem pressionados neste começo de ano. Na última semana, as paridades de exportação dos contratos de algodão para julho e dezembro de 2025 registraram caíram 1,46% e 1,14% em Mato Grosso, ficando em R$ 139,14/@ e R$ 141,12/@ respectivamente.

“Essa redução foi reflexo, principalmente, da desvalorização do dólar para os contratos futuros de jul/25 e dez/25, influenciada pelas incertezas quanto à economia mundial, em virtude das atuais falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às taxações que estão previstas para serem oficializadas em fevereiro”, diz o IMEA.

Segundo os analistas, a curto prazo, as movimentações dos preços da pluma não indicam expressivas valorizações, tendo em vista às atuais questões macroeconômicas no mundo, bem como o panorama da oferta e demanda da pluma mundial, que indica uma produção superior ao consumo.

 

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