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Inteligência artificial vai ajudar a recuperar vegetação nativa no Brasil

Inteligência artificial vai ajudar a recuperar vegetação nativa no BrasilBrasil quer restaurar 12 milhões de hectares até 2030. Foto: Symbiosis

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Diante do desafio assumido pelo Brasil de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030, conforme acordos internacionais firmados, uma ferramenta que utiliza inteligência artificial surge como aliada nesse processo. Trata-se da Ciera, sigla em inglês para Assistente de Restauração de Ecossistemas da Conservação Internacional.

A plataforma Ciera vai ajudar a identificar as áreas prioritárias para o restauro ambiental no País e será disponibilizada gratuitamente, pela organização não governamental Conservação Internacional (CI), no segundo semestre deste ano.

A Ciera foi pensada para ser acessível tanto a gestores públicos quanto a proprietários rurais e é capaz de buscar entre documentos oficiais e fontes confiáveis da internet tudo o que é necessário para orientar os usuários. Ela reúne informações sobre legislação, incentivos, custos por bioma, metodologias, espécies indicadas para plantio e até sugestões práticas durante a execução dos projetos.

Segundo Ludmila Pugliese, diretora de Restauração de Paisagens e Florestas da CI Brasil, o objetivo da Ciera é “tornar a restauração mais pública, mais compartilhada, para que todo mundo possa se apropriar dessa tomada de decisão do melhor local para restaurar”.

Hoje, o Brasil possui 153 mil hectares com vegetação nativa recuperada e 8,7 milhões de hectares reflorestados. No entanto, o passivo ambiental que precisa ser restaurado, segundo o Ministério do Meio Ambiente, ainda é de 25 milhões de hectares — somente para atender ao Código Florestal.

Para Ludmila, a Ciera pode apoiar decisões como as de governos estaduais interessados em restaurar áreas com maior déficit de preservação permanente, reserva legal ou com descumprimento do Código Florestal.

Fase final de ajustes

A ferramenta, que integra dados geoespaciais com informações de políticas públicas, como o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), lançado em 2023 durante a COP16 da Biodiversidade, na Colômbia. está em fase final de ajustes e vai se aperfeiçoando com o tempo.

“É aquele processo de machine learning, ou seja, conforme for usada, ela vai ficando cada vez mais precisa”, explica Ludmila.

A expectativa é que, em até três meses, o Ciera esteja pronto para uso em projetos por todo o Brasil. A Ciera ganhou destaque internacional ao vencer o desafio global Hack4Good 3.0, em março, nos Estados Unidos e surgiu de uma colaboração entre especialistas brasileiros e norte-americanos da CI, com apoio de universidades e empresas de tecnologia.