Eventos climáticos extremos vêm se tornando mais frequentes em Mato Grosso nas últimas décadas. De 1995 a 2024, o estado registrou 541 desastres naturais, com destaque para os incêndios florestais e os períodos prolongados de estiagem, segundo levantamento do InfoAmazônia com dados do Sistema Integrado de Informações de Desastres da Defesa Civil.
O estado ocupa a terceira posição entre os estados da Amazônia Legal com maior número de ocorrências. A publicação mostra que os registros cresceram de forma significativa nos últimos anos, refletindo os impactos das mudanças globais do clima.

Crédito: InfoAmazônia
A maioria dos desastres no estado está relacionada a condições extremas, como a escassez de chuvas e as altas temperaturas. Só os incêndios florestais, por exemplo, somaram 333 ocorrências no período, sendo o tipo de desastre mais recorrente em Mato Grosso.
Municípios como Sorriso, localizado a 398 km de Cuiabá, lideram o ranking estadual de ocorrências. Foram 61 registros entre 1995 e 2024, a maioria por incêndios florestais que afetam áreas produtivas e de preservação permanente, impactando o agronegócio e a disponbilidade de água.
Seca, ondas de calor, incêndios e chuvas intensas
A classificação utilizada pela Defesa Civil separa os desastres em categorias naturais e humanos. No caso dos naturais, os mais comuns em Mato Grosso são os climatológicos, que incluem estiagem, seca, ondas de calor, incêndios e chuvas intensas.
Esses eventos provocam prejuízos de grande escala. A agropecuária é um dos setores mais prejudicados Esses eventos podem comprometer a produção, a qualidade dos alimentos e a sustentabilidade do setor.
Secas causam estresse hídrico, perdas na produção e de animais, além de aumentar custos e insegurança alimentar. Ondas de calor reduzem produtividade por estresse térmico em plantas e animais. Incêndios destroem lavouras, pastagens e infraestrutura, prejudicam o solo e contaminam recursos. Chuvas intensas provocam inundações, encharcamento do solo e erosão. Esses eventos exigem práticas sustentáveis, tecnologias de adaptação e políticas públicas para aumentar a resiliência do setor.
Os incêndios em áreas agrícolas reduzem a produtividade, danificam infraestrutura rural e elevam os custos de produção com ações emergenciais de controle e recuperação.
A escalada dos desastres climáticos no estado está ligada não apenas ao aquecimento global, mas também ao desmatamento, à degradação do solo e ao avanço das fronteiras agrícolas. Esses fatores ampliam a vulnerabilidade ambiental e aumentam o risco de novas emergências.
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