Cuiabá é o primeiro município do Brasil a atingir a marca de 100 MW de potência solar instalada em residências, fachadas e em pequenos e médios terrenos, segundo dados apurados pelo Canal Solar junto à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Com pouco mais de 615 mil habitantes, a capital do estado de Mato Grosso já acumula mais de 9,45 mil UCs (Unidades Consumidoras) recebendo créditos e pouco mais de 9 mil usinas fotovoltaicas em operação.
Entre as classes de consumo, os sistemas residenciais são os de maior predominância, com mais de dois terços das usinas (7,62 mil) e mais da metade de toda a potência instalada no município (55 MW). Na sequência, aparecem os sistemas em comércios (24,5 MW) e indústrias (15,8 MW), respectivamente.
De acordo com Thiago Trindade, empreendedor do setor de energia solar na região, Cuiabá é uma cidade que o consumo de energia é alto, por causa das temperaturas elevadas em quase todos os meses do ano. “Isso faz com que a necessidade de ter um sistema de energia solar em casa se torne muito atrativo, pelos benefícios econômicos”, disse ele.
“Hoje, uma residência familiar comum, com 4 pessoas, consome tranquilamente de 700 a 800 kwh/mês. Já uma empresa climatizada, para proporcionar um mínimo de conforto para seus clientes, consomem de 3 mil a 4 mil kwh/mês, se não for um espaço muito grande”, explicou.
Já para Tiago Vianna de Arruda, coordenador estadual de Mato Grosso pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a adesão a energia solar também tem relação direta com o agronegócio regional.
“O fato de a concessão englobar todo o Mato Grosso, muitas empresas do agro têm concentrado seus geradores em Cuiabá, fazendo uso da energia através do autoconsumo remoto e também visando operação e manutenção concentrada. Isso tudo gera um custo menor e consequentemente traz ainda mais atratividade financeira para os investimentos (em solar)”, destacou.
Energia solar em MT
Atualmente, o Estado de Mato Grosso está em 4° lugar no ranking de geração de energia solar distribuída no país, com 497 MW de potência instalada, ficando atrás apenas de Minas Gerais (1.479 MW), São Paulo (1.079 MW) e Rio Grande do Sul (1.011 MW).
Entre os anos de 2020 e 2021, a Energisa, empresa responsável pela distribuição de energia no estado mato-grossense, registrou um aumento de mais de 200% nos pedidos para análises de projetos para a inclusão de geração solar na rede de distribuição, o que revela um aumento no interesse dos consumidores pela fonte fotovoltaica na região.
Fonte: Canal Solar