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Artigo: Nova safra de algodão caminha para o sucesso apesar dos contratempos

Artigo: Nova safra de algodão caminha para o sucesso apesar dos contratempos

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O Gigante 163 convidou diversos especialistas, produtores e influenciadores para colaborar com conteúdos que interessam os nossos leitores – profissionais do agronegócio. Hoje, queríamos falar da nova safra do algodão, e a nossa convidada, é mato-grossense e considerada a embaixadora do algodão, a Lidiane Ortiz! Engenheira Agrônoma, que atende vários produtores rurais na região de Campo Verde. Encontre outras matérias de convidados aqui, e aproveite o artigo da Lidiane abaixo. 

O algodão é uma das culturas mais importantes para o agronegócio, pois envolve milhões de pessoas em sua cadeia de produção, que resulta em vários processos, desde o plantio, colheita, descaroçamento, logística até a embalagem.

O algodão é produzido em mais de 60 países, onde os principais produtores são Índia, China, Estados Unidos, Brasil e Paquistão, estes países correspondem a mais de 70% do total de fibra produzida no mundo.

O Estado de Mato Grosso se destaca como o maior produtor de algodão com aproximadamente 60% da produção nacional e das exportações, segundo a Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão). A estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é de que na safra 21/22 ocorra um aumento de 12,5% na produção, sendo esse valor em área plantada em torno de 1,5 milhão de hectares, mas a expectativa é de uma grande safra, pois as condições do clima estão bem favoráveis para a cultura neste ano de 2022. Até o momento, 21% das áreas em Mato Grosso já foram semeadas, segundo o IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

No entanto, o plantio de algodão caminha a passos lentos, devido às chuvas consecutivas que estão ocorrendo no mês de janeiro, dificultando a colheita da soja em algumas regiões de Mato Grosso. Também há atraso na entrega dos produtos que são de extrema importância para o plantio do algodão, como adubos e defensivos.

O produtor vem sofrendo com a alta dos preços dos insumos, causados por fatores de oferta e demanda, que vem ocorrendo desde a safra passada. Os preços devem se manter elevados pelo menos até o segundo semestre de 2022. Para que haja uma diminuição dos preços é necessário que países como China, Índia e Leste Europeu retomem a produção e comercialização dos insumos, que ficaram instáveis devido ao aumento do custo de energia, petróleo, gás e problemas de transportes que foram gerados pela pandemia.

O Brasil importa 76% dos fertilizantes destinados à produção agrícola, em torno de 38,34 milhões de toneladas e um gasto estimado em US$ 10 bilhões ao ano, e isso deve acarretar elevação nos custos de produção, diminuindo assim a rentabilidade das lavouras e refletindo em aumento dos preços para o consumidor final.

A busca por alternativas na redução de custos e otimização das lavouras têm levado os produtores a procurarem por biológicos que auxiliam na solubilização e melhor absorção de nutrientes presentes no solo e que também atuam no controle de pragas e doenças. Novas fontes de fertilizantes, como o pó de rocha, que atua na recomposição dos minerais e é rico em macro e micronutrientes, são um exemplo, já que trabalham em harmonia com biológicos, promovendo um microbioma do solo saudável, sanidade e o bom desenvolvimento das lavouras.

Estoques reduzidos e a baixa na produtividade nacional e internacional na última safra mexeram na cotação do algodão em pluma em 2022, aquecendo as exportações que devem chegar a 2 milhões de toneladas, segundo a Conab. Com o dólar e petróleo valorizados, o preço do algodão deve continuar elevado, tanto na safra quanto na entressafra.

A expectativa é de que a nova safra de algodão volte a alcançar patamares de produtividade dos anos anteriores à pandemia. O clima favorável até o momento, o plantio dentro da janela ideal, os avanços da tecnologia no campo e os efeitos favoráveis da vacinação em todo o País prometem garantir o sucesso nas lavouras de algodão apesar de todos os contratempos que o produtor tem enfrentado.