Desde janeiro, os índices elevados de chuva vêm atrapalhando a colheita da safra 2021/22 da soja, atrasando consequentemente o avanço da safrinha do milho em partes do Estado.
Com a taxa elevada de precipitação, os agricultores têm tido dificuldades para entrar com as máquinas nas lavouras. Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados nesta sexta-feira, 25/02, a área total da colheita avançou para 78,15%, com um aumento de 10,40 pontos percentuais.
Na semana anterior, a colheita havia alcançado 67,75% das áreas cultivadas, com uma alta semanal de 7,27 p.p. Nesse mesmo período, na safra 2020/21, a colheita da soja estava a 52,14% — 26,01 pontos percentuais abaixo do que temos nesta safra de agora. Já a média dos últimos cinco anos para esse período é mais próxima da porcentagem atual — 72,17%.
“Temos percebido que a chuva impactou bastante os trabalhos e já está trazendo alguns reflexos, como perda de peso e redução de produtividade”, disse Cleiton Gauer, superintendente do instituto, ao Globo Rural.
De acordo com o Imea, mesmo com os relatos de chuvas em grande parte das regiões em Mato Grosso, o aparecimento do sol durante o dia em algumas localidades favoreceu o avanço mais acelerado, em relação à semana anterior.
“Dentre as regiões, a centro-sul e sudeste exibiram os maiores avanços semanais, em função do tempo aberto durante o dia”, aponta o instituto. O acontecimento trouxe alegria aos produtores do sul mato-grossense, que apresentam ainda as menores taxas de área colhida do Estado. As porcentagens de avanço da colheita para cada região do Estado são de: 59,08% da área total cultivada no centro-sul, 87,83% no médio-norte, 72,30% no nordeste, 79,15% no noroeste, 81,42% no norte, 87,56% no oeste e 69,63% no sudeste.
“Com relação à produtividade média semanal, houve incremento de 0,42 sc/ha nesta semana, estimada em 59,95 sc/ha. No entanto, no médio-norte, nordeste e centro-sul do Estado, houve relatos de redução no rendimento médio semanal, sob influência de anomalias nas vagens, tombamento e alta umidade dos grãos nessas regiões do estado”, conclui o Imea.
Segundo o ‘Prognóstico Agroclimático para o período de fevereiro, março e abril de 2022’ do Instituto Nacional de Meteorologia, Inmet, para a região Centro-Oeste do Brasil está prevista uma precipitação variando entre normal a acima da climatologia em praticamente toda a área, exceto nas partes central e oeste do Mato Grosso do Sul, onde as chuvas previstas podem ser ligeiramente abaixo da média.