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Empresas e entidades do agro brasileiro pedem aos EUA aval a fundo de US$ 9 bi para florestas

Empresas e entidades do agro brasileiro pedem aos EUA aval a fundo de US$ 9 bi para florestas

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Um grupo de 23 empresas e organizações da sociedade civil e de povos indígenas enviou na terça-feira, 10/5, uma carta ao presidente norte-americano, Joe Biden, e a membros democratas e republicanos do Congresso dos Estados Unidos, manifestando apoio à aprovação de um fundo de US 9 bilhões para a conservação de florestas tropicais.

Entre as organizações que assinam o documento estão a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), ADM do Brasil, Cargill, Amaggi, JBS, BRF, Marfrig, Nestlé, Danone, Natura, Suzano, Yara Brasil,  além de ONGs como Instituto Clima e Sociedade (iCS), Observatório do Clima e WWF-Brasil.

De acordo com os signatários, o acesso direto ao financiamento deve ser prioritário para os povos da floresta, “que contribuem historicamente para sua conservação e tem seu modo de vida diretamente afetado pela escalada do desmatamento”.

No dia 2 de novembro de 2021, em um discurso na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26), em Glasgow, Biden afirmou que o Legislativo norte-americano alocaria US$ 9 bilhões para financiar a conservação e restauração de florestas. Durante a convenção, líderes de mais de 100 países se comprometeram a deter e reverter o desmatamento e degradação de terras até 2030.

A criação do fundo

No dia seguinte, o líder da maioria na Câmara dos Representantes, o deputado democrata Steny Hoyer, apresentou o projeto de lei Amazon21 Act (ou America Mitigating and Achieving Zero-emissions Origining from Nature for the 21st Century Act), que cria o fundo fiduciário, possibilitando que o Departamento de Estado, ao qual os recursos estarão subordinados, firme acordos bilaterais de longo prazo com nações em desenvolvimento para erradicar o desflorestamento e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O Amazon21 Act será debatido na quinta-feira, 12/5, em uma audiência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes. O encontro discutirá a conservação das florestas e o combate às mudanças climáticas.

Urgência contra o desmatamento

Na carta, as entidades a urgência de ações firmes para proteger as florestas, considerando o risco de que a Amazônia entre em colapso devido ao desmatamento acumulado. Mais de 75% da floresta amazônica perdeu a resiliência desde o início do século XXI, de acordo com estudo publicado em março pela revista “Nature Climate Change”.

Em documento desenvolvido por mais de 200 cientistas, o Painel Científico para a Amazônia advertiu que cerca de 17% das florestas amazônicas foram convertidas para outros usos e pelo menos outros 17% foram degradadas. Esta perda pode comprometer o papel do bioma nos ciclos globais de água e na regulação da variabilidade climática, além de acelerar o seu processo de savanização.

Os signatários reforçam o papel crítico do financiamento internacional em apoio ao Brasil neste momento. Além de apoiarem o Amazon21 Act, os signatários da carta fizeram propostas concretas para que o fundo seja “eficiente e de grande impacto”.

Fonte: Coalizão Brasil e O Globo