Desde 1995, mais de 58 mil pessoas foram resgatadas de condições degradantes de trabalho, da servidão por dívidas, do trabalho forçado e de jornadas exaustivas, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Mato Grosso é segundo Estado com maior número de trabalhadores resgatados no país.
Neste 13 de maio, é importante lembrar que, embora a estatística seja triste, há quem esteja se movimentando para mudar essa realidade por aqui.
A Campanha de Combate e Prevenção ao Trabalho Escravo da CPT , “De Olho Aberto para não virar escravo”, publicou carta aberta sobre a realidade do trabalho escravo que, após 135 anos, ainda assombra o Brasil. A Pastoral também realizou uma Semana de Comunicação com o objetivo de levar informação nas mídias sociais, na rádio e também na TV sobre a prática criminosa.
“Além de celebrar essa luta história da CPT, o nosso intuito é levar para os trabalhadores as diversas formas de denunciar o trabalho escravo. Quando o trabalhador é resgatado, ele é encontrado em um local totalmente insalubre, sem moradia e alimentação adequada. Sendo que o setor da agropecuária é responsável pela maioria dos casos de trabalho escravo moderno”, disse o coordenador da CPT no Mato Grosso, Wellington Douglas, em entrevista a uma rádio.
Projeto na escolas
No ámbito do governo do Estado, a ONG Repórter Brasil lançou, em abril, o projeto “Escravo, nem pensar! no Mato Grosso – 2022”, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação do Mato Grosso (Seduc-MT). A ação é destinada e direcionada a educadores da rede estadual de ensino de oito Diretorias Regionais de Ensino (DRE), responsáveis pela administração de 382 escolas de 67 municípios mato-grossenses.
Os profissionais formados diretamente pela equipe do ENP! são responsáveis pela multiplicação de conteúdos, materiais e referências relacionados ao tema do trabalho escravo e assuntos correlatos para os educadores das escolas. Estes, por sua vez, desenvolverão atividades e projetos pedagógicos sobre o tema com alunos e comunidades. Ao longo do ano, o ENP! organizará outros módulos formativos.
O objetivo da iniciativa é reduzir o aliciamento e os casos de trabalho escravo em comunidades vulneráveis. O projeto conta com a parceria dos órgãos do poder público e de entidades da sociedade civil que compõem a Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-MT).
O Mato Grosso é um estado estratégico para a política nacional de combate ao trabalho escravo.
“Implementar essa ação cumpre metas dos planos nacional e estadual do Mato Grosso para a erradicação do trabalho escravo. A prevenção é a única forma de evitar que o trabalhador e a trabalhadora passem por essa situação traumática e violadora de direitos humanos”, afirma Natália Suzuki, coordenadora do programa Escravo, nem pensar!, da ONG Repórter Brasil.
Fonte: ONG Repórter Brasil e CPT