O preço do frete rodoviário para o agronegócio subiu, mas ainda não acompanha a escalada de preço do diesel, mostra o Índice Fretebras do Preço do Frete (IFPF). A plataforma de transporte de cargas tinha 4 milhões de fretes cadastrados até maio, e os fretes do agro representam quase 40% de todas as cargas.
Segundo o estudo, entre maio de 2021 e maio de 2022, o custo do transporte por quilômetro rodado por eixo no agronegócio aumentou 3,92%, enquanto o preço do diesel S500, em igual período, subiu 53,11%. De abril para maio de 2022, o diesel teve alta de 3,67%, e o frete do agro caiu 0,04%.
Na avaliação da Fretebras, com a nova alta de 14,26% anunciada em 17 de junho pela Petrobras, a expectativa é de que os caminhoneiros autônomos intensifiquem as negociações dos fretes do setor para tentar compensar a escalada no custo do transporte.
A Fretebras realizou enquete com mais de 1.300 motoristas, e 44,8% dos participantes disseram que consideram deixar a profissão em breve devido ao aumento nos custos do transporte.
“Apesar das iniciativas do governo de gerar mudanças positivas neste cenário de diesel muito alto, como o teto do ICMS e a redução do gatilho nos ajustes da tabela de preço mínimo, a verdade é que o principal fator que influencia no valor dos fretes é a lei de oferta e demanda”, disse o diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad, em nota.
“Se os caminhoneiros não aceitarem mais viajar a um preço que não compensa, naturalmente o valor do frete vai aumentar.”
Fonte: Estadão Conteúdo