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Aquecimento global pode causar danos irreversíveis, diz relatório da ONU

Aquecimento global pode causar danos irreversíveis, diz relatório da ONU

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Elevação do nível dos mares, derretimento de calotas polares e outros efeitos do aquecimento global podem ser irreversíveis durante séculos e são “inequivocamente” impulsionados por emissões de gases causadores do efeito estufa da atividade humana, afirma nesta segunda-feira, 9/8, em novo relatório o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que trabalha sob os auspícios da Organização das Nações Unidas.

O IPCC, organização de 195 governos, chegou ao novo relatório a partir de análises durante três anos de 14 mil estudos científicos com revisões pelos pares. Trata-se da primeira grande avaliação internacional da pesquisa sobre mudanças climáticas desde 2013, no primeiro dos quatro relatórios do IPCC esperados para os próximos 15 meses.

“Já sabemos há décadas que o mundo está esquentando, mas o relatório nos diz que mudanças recentes no clima são disseminadas, rápidas e se intensificam, de maneira sem precedentes em milhares de anos”, afirmou Ko Barrett, vice-presidente do painel.

Ação humana

O relatório destaca a responsabilidade humana por ondas recordes de calor, secas, tempestades mais intensas e outros eventos extremos de temperatura vistos pelo mundo nos últimos anos. Ele também detalha melhor estimativas de quão sensível é o clima a níveis crescentes de gás carbônico e outros gases estufas na atmosfera.

O documento estabelece as bases científicas para a COP26, cúpula sobre mudança climática prevista para novembro em Glasgow.

Um acordo global de 2015 em Paris previa que os países adotassem medidas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius, mas os esforços têm sido insuficientes.

O relatório desta segunda-feira projeta que, sem reduções rápidas nas emissões, as temperaturas globais podem subir mais de 1,5 grau Celsius ao longo dos próximos 20 anos.

União Europeia

Autoridades da União Europeia destacaram o compromisso do bloco com a redução das emissões de carbono.

“Somente reduzindo as emissões líquidas de gases de efeito estufa a zero até 2050 podemos limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC”, escreveu no Twitter a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ela acrescentou que o relatório divulgado nesta segunda-feira pelo IPCC “soou o alarme” mais uma vez.

Von der Leyen ressaltou que já está em vigor na UE uma meta de reduzir as emissões de carbono em 55% até 2030, com relação aos níveis de 1990, e zerá-las em 2050.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, por sua vez, afirmou que é preciso intensificar “urgentemente” os esforços para limitar o impacto da questão ambiental no planeta. “A mudança climática é o maior desafio que o mundo enfrenta”, escreveu no Twitter.

Lagarde também destacou a decisão recente do BCE de incluir a mudança climática como um fator que afetará as decisões de política monetária futuras.

No dia oito de julho, a instituição divulgou um plano de ação para reforçar o comprometimento com a sustentabilidade ambiental.

Fonte: Estadão Conteúdo