O Gigante 163 convida diversos especialistas, produtores e influenciadores para colaborar com conteúdos que interessam os nossos leitores – profissionais do agronegócio.
Se você está no sul do MT e buscando oportunidades para o período entressafra, você chegou no lugar certo. Convidamos a influenciadora Hellen Ottonelli. Hellen é estudante do último semestre de agronomia e digital influencer ha mais de 3 anos, que através de suas redes mostra o dia a dia dela estudante de agronomia e também na lida com sua família produtora no estado do Mato Grosso. Em sua matéria ao Gigante 163, ela traz dicas de culturas que dão super bem nessa região, e para este período de entressafra!
Encontre outras matérias de convidados aqui, e aproveite o artigo de Hellen abaixo.
Você já conhece alguma cultura de entressafra aqui do sul do MT? Não? Então hoje vou falar um pouquinho sobre elas aqui para vocês. Podemos resumir que, após a colheita do milho safrinha, alguns produtores da região sul do Estado optam por ganhar um lucro extra com mais uma cultura antes que ocorra o plantio de soja. São elas: painço, milheto, feijão caupi, feijão carioca, girassol, trigo, nabo forrageiro e trigo morisco. A diversidade é gigante. Como eu costumo dizer: “é a época mais linda para se visitar o Mato Grosso” porque, além do milho e do algodão, você consegue ver essas outras lindas culturas riquíssimas para quem busca sair das sucessões perpétuas de soja-milho ou soja- algodão.
Painço
O painço é uma ótima estratégica de ganhar dinheiro e produzir palhada de qualidade em um rápido período de tempo. Em média, seu ciclo é de 65 a 80 dias. Além disso, é ótimo para reposição de proteínas para o grupo de pessoas que não consome carne e também uma excelente fonte de fibras. O painço é ótimo para alimentação de passarinhos, e tem o intuito de substituir o tão comum alpiste.
Imagens: Magna Mater, Empório Quatro Estrelas
Milheto
É uma cultura muito usada para a produção de cobertura de solo, a famosa palhada conhecida por nós produtores. O milheto traz mais de uma vantagem, além de ser redutor de nematoides. Algo muito procurado pelos produtores rurais no sul do MT, ele também serve como alimento para animais, fazendo ótimas rações e, por isso, muitas vezes seu preço é interessante ao produtor. Além disso, o milheto também é uma boa planta para descompactar o solo e estruturação do solo.
Imagens: Hellen Ottonelli
Feijão Carioca
O feijão entra como um incrível aliado para produtores com áreas sem muito histórico de doenças e nematoides aqui no sul do Estado. Seu ciclo bem precoce permite que você colha o feijão entre de 70-90 dias, além de atualmente estar com um ótimo preço de mercado. Uma área irrigada se faz necessária para o plantio dessa variedade de feijão, que é muito exigente em água, lembrando que nesse período do ano não chove. O custo de implantação é mais alto, pois essa planta é muito sensível a doenças e pragas, como o mosaico e a mosca branca, os principais inimigos do produtor de feijão. Por ter um ciclo muito curto, o tempo das aplicações é muito estreito e, caso você perca esse tempo, sua produtividade pode cair demasiadamente.
Imagens: Hellen Ottonelli
Feijão Caupi
É muito utilizado em áreas de sequeiro. Tem a vantagem por ser precoce e dar um ótimo retorno financeiro ao produtor que investe pouco no cultivo. Planta mais rústica, também é afetada por menos doenças quando comparada ao carioca, além de ser um pouco mais resistente a solos diversos.
Girassol
Cultura muito plantada em área irrigada por aqui, seu custo sai um pouco mais alto, porém tem uma ótima rentabilidade. O Boro é um elemento essencial para a planta, então as correções de Boro são essenciais para uma elevada produtividade. O girassol é bem resistente a seca, tem uma raiz pivotante que explora bem
Imagens: Hellen Ottonelli
Trigo
Faz poucos anos que essa cultura chegou ao sul do MT. As variedades plantadas aqui são provindas de melhoramentos genéticos para a região do Centro-Oeste, mas é uma cultura mais específica para a região de Goiás, tendo migrado de lá para cá. Estão sendo muito utilizadas variedades da BRS (Embrapa), e os resultados estão sendo bem positivos. Mas, claro, ainda não chegaram aqui produtividades tão altas como as do Sul do País, que tem clima propício e várias cultivares adaptadas ao clima de lá. Vivo recebendo mensagens do pessoal do Sul perplexos com a vinda do trigo para o MT. Para nós, é uma grande conquista.
Imagens: Hellen Ottonelli
Nabo Forragueiro
Sua principal característica é sua raiz grossa e carnosa, que faz com que ajude a romper as camadas físicas do solo, trazendo um benefício tremendo ao produtor que procura descompactar de maneira natural seu solo. Produz uma ótima camada de cobertura e seu crescimento inicial é bem rápido. Serve como adubo verde e também mantém o solo livre de ervas daninhas por um maior período de tempo.
Imagens: Sementes Tormenta, Livro: Manual de Pastagens e Forrageiras
Trigo Mourisco
É usado como cobertura verde para controle de plantas daninhas, supressor de nematoides e também como alimento para o gado, mas em quantidades pequenas na dieta. O trigo mourisco é ótimo para fazer ciclagem de fósforo e potássio. É também uma planta mais rústica que suporta mais doenças e pragas que o trigo comum.
Imagens: Empório Quatro Estrelas, Aegro
Podemos concluir que todas essas culturas trazem benefícios além da sucessão de culturas, como descompactação, redução de nematoides, ciclagem de nutrientes e etc. Tudo isso é benéfico para o solo do produtor. Com essas melhoras, suas próximas safras já trarão impactos mais positivos de produtividade, pois o solo estará melhor. Então, vale investir em culturas que se adequem a seu tipo de problema visto nos últimos anos. Assim, você será mais assertivo no seu objetivo e terá melhoras positivas em sua área.