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Seca deve encarecer adubos para produtores do centro-oeste

Seca deve encarecer adubos para produtores do centro-oesteSeca está prejudicando a navegação no Arco Norte. Foto: Hidrovias do Brasil

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A maior seca em duas décadas no Norte do Brasil está colocando em risco a produção agrícola do País. A baixa histórica dos níveis dos rios na região está prejudicando a navegação no Arco Norte. principal rota de entrada de fertilizantes para os produtores do Centro-Oeste. Com a dificuldade de acesso aos portos, os custos de transporte estão disparando e a entrega dos insumos essenciais para a agricultura está sendo atrasada. As informações são do Globo Rural.

Em Porto Velho, por exemplo, o nível do rio Madeira atingiu um ponto crítico, impossibilitando a navegação. A situação tem gerado filas de navios carregados de fertilizantes, que aguardam por condições melhores para atracar. Essa demora pode resultar em prejuízos milionários para os produtores, que dependem desses insumos para garantir altas produtividades, segundo o especialista em logística e fertilizantes da agência de inteligência de mercado Argus, João Petrini.

Ele afirma ainda que a situação nos portos do Arco Norte pode levar a desvios a outros portos do País, se o volume de água dos rios diminuir ainda mais. As opções de desvio para escoamento dos fertilizantes seriam o porto de Itaqui, em São Luís (MA), e os terminais do Sul e Sudeste do País

A crise hídrica no Norte não é um problema isolado. A região tem registrado índices pluviométricos abaixo da média há vários anos, e os efeitos dessa seca prolongada estão se manifestando de forma cada vez mais intensa. A falta de água nos rios compromete não apenas o transporte de fertilizantes, mas também o abastecimento de cidades e a geração de energia.

Para tentar minimizar os impactos da seca, o governo federal tem investido em dragagens emergenciais nos rios da região. No entanto, especialistas alertam que essas medidas são paliativas e não resolvem o problema de longo prazo. A solução passa por um planejamento mais estratégico e investimentos em infraestrutura para garantir a navegabilidade dos rios mesmo em períodos de estiagem.

“A solução para não ter desabastecimento é fazer o transbordo em estações flutuantes e as embarcações seguirem na navegação por barcaça”, afirma diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery.

Com essas intervenções, a expectativa da Antaq é que não haja interrupção na navegação. Contudo, o impacto no custo logístico é inevitável.