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COP28: agro tem que ser visto com prioridade em mercado de carbono

COP28: agro tem que ser visto com prioridade em mercado de carbonoCaracterísticas brasileiras oferecem vantagens no setor. Foto: Fabiano Bastos/Embrapa

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Por André Garcia

Da mesma forma como vem mostrando seu potencial na produção de alimentos, o Brasil também é um dos países com o maior potencial de geração de crédito de carbono e atração de financiamentos para esta finalidade. Para tanto, deve-se olhar para o agronegócio como prioridade e como setor estratégico na geração de serviços ambientais.

Foi o que destacaram os especialistas que participaram do Dia do Agro, painel realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) neste domingo, 12/10, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28).

Participantes do painel no Dia do Agro. Foto: Daniela Luquini/CNA

Para o embaixador Roberto Azevedo, presidente da Iniciativa Internacional para o Agronegócio Brasileiro, esta é uma realidade mundial e no Brasil não será diferente. Entre as vantagens que podem acelerar o processo no país, ele citou os métodos produtivos avançados já adotados pela agropecuária.

“O mercado vai acontecer. A questão é quando. Até porque será uma forma de harmonizar a relação entre os países e no esforço de descarbonização. Mas é um tema complexo que exige muita conversa, muita base científica e estamos aqui conversando com peritos para dar uma direção certa para o produtor”, disse.

Já o professor Carlos Eduardo Cerri, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), reconheceu que há muitos desafios para o crédito de carbono, mas afirmou que também há muitas oportunidades diante das particularidades brasileiras.

“Seria uma valorização da atividade agropecuária, que produz alimentos, fibras e energia que são parte da solução quando se trata de aquecimento global, e não o problema. Aqui podemos ousar outras formas de energia que não sejam fósseis”.

É importante lembrar que outras questões devem acompanhar a implantação do mercado de carbono, como a regularização fundiária. Neste contexto, a vice-presidente de sustentabilidade e relações institucionais da Syngenta, Grazielle Parenti, falou do conceito ESG (Ambiental, Social e Governança) como ferramenta para esse processo.

“O G precisa funcionar para fazer o E e o S acontecerem, para os créditos de carbono deem os retornos esperados para o produtor”, concluiu.

 

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