Ao contrário da maioria dos países, onde a queima de combustíveis fósseis é a maior responsável por jogar carbono na atmosfera, o Brasil tem um perfil único na emissão de gases do efeito estufa (GEE), com uma matriz energética limpa, baseada em hidrelétricas. Por aqui, os maiores emissores no Brasil são o desmatamento florestal e a pecuária, ambos ligados ao agronegócio.
Por outro lado, o setor pode ser também será o grande trunfo nacional na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-28), em Dubai. A estratégia brasileira aposta nas políticas públicas e técnicas inovadoras para a redução de suas emissões vindas do campo, graças ao desenvolvimento científico e tecnológico nacional e a difusão de métodos de agricultura e criação de gado de baixa emissão de carbono.
Se tem aqueles que desmatam, tem os que produzem cada vez mais, garantindo a segurança alimentar de uma fatia cada vez maior da humanidade, com uso cada vez menor de insumos, graças ao desenvolvimento de metodologias mais adaptadas ao clima tropical e aos biomas brasileiros.
Para o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, não há dúvida do agronegócio quer ser visto como sustentável e uma minoria não pode estragar a reputação do setor.
“Estou impressionado com diversas intervenções tecnológicas e de práticas que têm trazido resultados extremamente positivos, mas o que não podemos é deixar com que uma minoria do setor agrícola no Brasil, que não cumpre com os padrões que deveria cumprir, estrague a reputação da esmagadora maioria que cumpre com o padrão que o Brasil quer e que o transforma numa grande referência”, disse em entrevista ao Estadão.
É esse conhecimento que o País pretende levar à COP28 para exportar, além das commodities, as soluções para os problemas climáticos em todo o planeta.
A VEJA Insights aponta os principais avanços da agricultura sustentável e de baixa emissão de carbono que o Brasil pretende apresentar para o mundo em Dubai. A publicação também discute o que pode ser feito para mitigar o insistente problema do desmatamento e das queimadas no campo.
Para o embaixador, todos os setores do mundo têm algum desafio no combate à mudança do clima , o industrial, o agrícola, o de energia. E o agronegócio está muito consciente do que o mercado mundial está pedindo.
“É questão de ajuste de melhor entendimento”.
LEIA MAIS:
Brasil quer fundo para florestas na COP28 e acordo por 1,5ºC
CNA vai promover Dia do Agro na COP28
Pantanal e Cerrado devem ser destaques na pauta da COP-28
Pesquisadores pedem que Cerrado seja discutido na COP 28