Sete em cada dez brasileiros já sentiram os efeitos das mudanças climáticas extremas recentes, indica, nesta segunda-feira, 4/12, pesquisa do Instituto Pólis e pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC).As informações foram publicadas no jornal O Globo.
Com dados colhidos presencialmente em todas as regiões brasileiras, entre 22 e 26 de julho de 2023, o estudo mostra que os episódios mais lembrados foram chuvas muito fortes (20%), seca e escassez de água (20%), alagamentos, inundações e enchentes (18%), temperaturas extremas (10%), apagão (7%), ciclones e tempestades de vento (6%) e queimadas e incêndios (5%). Para a maior parte dos entrevistados, os motivos dos extremos climáticos estão diretamente associadas às fontes não-renováveis de energia como petróleo (73%), carvão mineral (72%) e gás fóssil (67%).
“A pesquisa indica, de forma inédita, que há uma tendência de custo político cada vez mais elevado se o caminho das decisões governamentais continuar sendo no investimento de fontes não-renováveis. Os números mostram que os brasileiros querem investimento prioritário em fontes renováveis e entendem essa decisão como fundamental para o combate às mudanças climáticas”, disse Henrique Frota, diretor-executivo do Instituto Pólis.
Preocupação com o futuro
Os brasileiros estão apreensivos com a velocidade dos extremos climáticos. De acordo com pesquisa, a maioria dos entrevistados entende que os eventos extremos continuarão acontecendo e 98% das pessoas temem uma nova ocorrência de pelo menos um evento extremo.
Uma saída apontada pela população ouvida é a diversificação da matriz energética brasileira por meio de mais investimentos em fontes renováveis, em detrimento da continuidade de subsídios aos fósseis. Para 84% dos entrevistados, as prioridades de investimento do Brasil devem ser centradas na energia solar (57%), hídrica (14%) e eólica (13%).