Implementação de agroflorestas, restauração da vegetação nativa e recuperação de solo estão no centro dos debates que antecedem a elaboração do Plano Clima Participativo. Com foco no Pantanal, propostas apresentadas nesta quarta-feira, 14/8, em Campo Grande (MS), devem ser incluídas na primeira versão de um documento que será apresentado pelo Governo Federal na COP 29, no Azerbaijão, em novembro.
Junto a especialistas em meio ambiente e a representantes de movimentos sociais e sindicais, a titular do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, falou sobre a urgência de uma transição do modelo produtivo brasileiro para que o País possa enfrentar os efeitos do aquecimento global.
“A gente tem que mitigar, parar de emitir CO2, tem que se adaptar, se preparar para fazer esse enfrentamento, mas temos que transformar o modelo de desenvolvimento. Se continuarmos produzindo, consumindo e depositando nossos resíduos da forma como estamos fazendo, a gente vai destruir a nossa casa comum”, disse.
No contexto dos incêndios que assolam o Pantanal desde o início do ano, já tendo atingido uma área de 1.5 milhão de hectares, também foi destacado o fortalecimento das comunidades locais para primeiras respostas ao fogo. Ao citar a Lei do Pantanal, a ministra apontou os resultados positivos da parceria entre o Estado de Mato Grosso do Sul e o Governo Federal.
“Nós estamos vivendo uma situação que mostra que nosso país é vulnerável. Por isso estamos trabalhando para que a sociedade possa dar sua contribuição. Ainda não temos uma lei que assegura a possibilidade de decretar emergência climática de forma permanente em regiões e municípios vulneráveis à mudança do clima.”
Plano Clima
A elaboração do Plano Clima é conduzida pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), integrado por representantes de 22 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, e tem dois pilares principais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças climáticas.
O lançamento do ciclo de plenárias aconteceu em Brasília, no dia 30 de julho. Em 1° de agosto, o tema foi o Sistema Costeiro-Marinho, em Recife e, no dia 2, a plenária abordou a Caatinga, em Teresina (PI). Os próximos encontros serão: Mata Atlântica, em São Paulo (SP); Pampa, em Porto Alegre (RS); Amazônia, em local a definir; e Cerrado, em Imperatriz (MA).
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