Por André Garcia
Projetos ambientais em Mato Grosso receberão 15 milhões de libras do Reino Unido e 15 milhões de euros da Alemanha. O aporte corresponde a R$ 171 milhões e diz respeito à segunda fase do Programa REM-MT, que teve parceria renovada entre os representantes dos países e do Governo do Estado nesta segunda-feira, 10/7.
O valor beneficiará populações como a da comunidade quilombola de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento (MT). Lá, o Projeto Muxirum promove o manejo sustentável de recursos como cumbaru, pequi, bocaiúva e babaçu, através da produção agroecológica, com adoção de roças comunitárias e sistemas agroflorestais.
A partir do investimento, os produtos poderão chegar a novos mercados, contando com uma rede de comercialização com a marca quilombola. Este é apenas um exemplo de como o programa promove a proteção das florestas, uma das estratégias mais efetivas para o combate às mudanças climáticas.
Assim como o Muxirum, há iniciativas financiadas nos três biomas de Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal. São projetos em áreas como agricultura familiar e de povos e comunidades tradicionais, produção, inovação e mercados sustentáveis e fortalecimento de políticas públicas.
Bons resultados
De acordo com o REM MT, a renovação da parceria é fruto do bom desempenho na execução da primeira fase do programa, que recebeu, até junho deste ano, 247 milhões de reais. Estes recursos beneficiaram 144 organizações sociais, sendo 114 associações ou cooperativas.
Entre os contemplados estão 603 aldeias onde vivem 40 povos indígenas. No total, 107 municípios mato-grossenses foram atendidos. Além disso, foram investidos R$ 38 milhões na modernização das ações de combate ao desmatamento ilegal e na integração das instituições de fiscalização.
O programa
O Programa REM MT (REDD Early Movers ou REDD para Pioneiros, em tradução livre) foi criado pelo Governo da Alemanha em 2012 e, em Mato Grosso, passou a contar com investimentos do Reino Unido a partir de 2028.
A sigla REDD significa Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal. Trata-se de um modelo adotado pela ONU para a compensação financeira de iniciativas capazes de comprovar a redução de emissões de gases de efeito estufa.