Por André Garcia
Amazônia e Cerrado respondem juntos por 84,4% dos focos de queimadas registrados no Brasil desde o início do ano. Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que de janeiro até agora os biomas tiveram, respectivamente, 58.869 e 37.991 registros.
Em ambos os casos, o mês de setembro bateu o recorde de ocorrências em 2023. Para se ter ideia, na comparação com agosto, a Amazônia apresentou aumento de 52,2%, com 26.452 focos. Já no Cerrado, a alta foi de 93,1%, com 13.230 focos.
Em relação à 2022, contudo, houve queda de 35.9% dos focos na Floresta Amazônica, onde os registros em setembro corresponderam a 41282.
No Cerrado, a redução foi muito mais discreta, de apenas 3%, já que em setembro do ano passado os focos totalizaram 13.651. O dado também é o quarto menor de toda a série histórica do Inpe, iniciada em 1998.
Embora os números tenham caído em 2023, a situação ainda é preocupante, especialmente se considerada a ocorrência do El Niño, que deve prolongar o período de estiagem nos próximos meses, quando a tendência seria de redução dos incêndios florestais.
Ranking
Considerando o acumulado do ano, o Inpe aponta que Mato Grosso é o terceiro colocado no ranking dos que mais queimaram no Brasil (14.648), atrás do Pará (20.505) e à frente do Amazonas (15.335). Na lista dos municípios com os maiores índices, Colniza (1062 km de Cuiabá), figura na oitava colocação.
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