Estudo publicado no Reviews of Geophysics por pesquisadores de Brasil, Canadá, China, Estados Unidos e Reino Unido indicou que as mudanças climáticas estão levando dois ecossistemas brasileiros — a Floresta Amazônica e os recifes de coral — a se aproximarem de um limiar crítico. Nesse ponto, podem produzir emissões adicionais de gases de efeito estufa, em vez de absorvê-los, agravando, dessa forma, o aquecimento global.
Os cientistas avaliam o conhecimento já produzido por pesquisadores para tentar estimar os chamados “tipping points”, ou pontos de inflexão. São pontos de não retorno climático, quando haveria impacto irrecuperável aos sistemas. Para isso, os pesquisadores analisaram problemas gerados pelas mudanças climáticas em dez ecossistemas e que terão grande impacto no planeta, informa o UOL.
No caso da Floresta Amazônica, menciona o estudo, a precipitação na região vem caindo, e a duração da estação seca vem crescendo. São pontos “diretamente ligados à saúde de um sistema de floresta tropical”, dizem os cientistas. Portanto, é necessária uma política de manejo florestal para “determinar o futuro da Amazônia” e não deixar que ela se transforme em uma savana, reforçam.
A limitação do potencial da Floresta Amazônica de absorver CO2 é um dos projetos desenvolvidos por cientistas no Acampamento 41, mostra a Folha. O 41 faz parte de uma rede de acampamentos em meio às árvores da floresta. Neles, os pesquisadores se instalam por longas temporadas para descobrir as interações entre a Amazônia e as mudanças no clima.
Quanto aos corais, o estudo publicado na Reviews of Geophysics aponta que o ritmo do aquecimento dos oceanos vai intensificar as pressões sobre eles e causar danos. Além disso, mostra que os recifes de coral demonstraram uma capacidade limitada de se adaptar ao estresse de temperatura e se recuperar. Assim, a degradação dessas estruturas vai continuar ao longo do século, mesmo sob cenários otimistas, com sua quantidade diminuindo para 10% a 30% dos níveis atuais.
Em artigo no Journal of Political Economy, Yongyang Cai, da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, e Thomas S. Lontzek, da Universidade RWTH Aachen, da Alemanha, avaliam como o custo social do carbono é substancialmente afetado por riscos econômicos e climáticos. Examinando uma gama de valores para parâmetros críticos, os cientistas propõem que a computação em larga escala permite analisar políticas em modelos mais complexos e realistas do que os comumente usados.