Por André Garcia
Investir na agricultura regenerativa, na valorização de boas práticas e no uso de bioinsumos e de tecnologias mais eficientes no campo, como forma de garantir a segurança alimentar do planeta e combater dos efeitos das mudanças climáticas. Esses foram os compromissos pelo Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, nesta sexta-feira, 13/9. Há cinco anos sem conseguir chegar a um consenso sobre a pauta, os ministros da agricultura dos países que integram o bloco concordaram sobre o papel do setor no combate à fome no mundo.
De Chapada dos Guimarães (60 km de Cuiabá), onde as reuniões acontecem, o titular do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlo Fávaro, explicou que as divergências foram superadas por um bem maior, pontuando que os compromissos darão um novo rumo à produção agropecuária e à pesca sustentável.
“Não podemos criar um contrassenso. Se o combate à fome é uma prioridade, ele está atrelado a produção de mais alimentos com preços mais competitivos”, pontuou ao explicar que a declaração também prevê oportunidades para pequenos produtores e para comunidades quilombolas e indígenas.
Neste contexto, apontou a recuperação de áreas degradadas como ferramenta crucial, uma vez que a estratégia garante a intensificação da produção de alimentos sem a abertura de novas áreas de plantio sobre a Floresta Amazônica ou o Cerrado. A estratégia também faz parte do texto.
“Tem duas formas, uma é a inclusão de novas tecnologias, que está na carta (Declaração Ministerial), mas também o modelo brasileiro de ocupar terras que podem e devem ser recuperadas. É uma geração de oportunidades ambientais e passa-se a produzir alimentos de qualidade em maior escala”, disse.
Ao todo, foram realizadas quatro reuniões do GT Agricultura, nos meses de fevereiro, abril, maio e junho, finalizando agora em setembro com os encontros em Mato Grosso. A etapa final registrou o maior número de adesões de ministros desde a criação do Grupo de Trabalho, em 2011.
São 23 ministros e autoridades ministeriais e um total de 43 delegações participantes, incluindo os países membros e dos blocos integrantes do G20, convidados e organismos internacionais.
A Declaração Ministerial é uma condicionante em que todos os participantes se comprometem na implementação das medidas expostas no documento e serão levadas com mais força aos chefes de Estado para a reunião da Cúpula de Líderes em novembro.
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