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Árvores junto à rodovia cortadas para evitar mortes de animais

Árvores junto à rodovia cortadas para evitar mortes de animaisMedida é importante para salvar vidas de espécies como tamanduá. Foto: Ibama

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A BR-262 é uma das rodovias onde mais animais do Pantanal e do Cerrado são mortos no país. O trecho mais perigoso para a fauna no Mato Grosso do Sul fica entre Anastácio e Corumbá. Para tentar reduzir essa letalidade, foram instaladas telas ao longo dos 282 km desse trecho, especialmente perto das pontes sobre cursos d’água. No entanto, novas medidas para conter a matança de animais podem resultar no corte de milhares de árvores nessa área da rodovia. As informações são do Correio do Estado.

Um estudo da consultoria Via Fauna, encomendado pelo Ibama e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes  (Dnit), propôs uma medida para reduzir a morte de animais na BR-262, envolvendo a remoção de toda a vegetação em uma faixa de sete metros a partir do acostamento de cada lado da rodovia. A ideia é facilitar a visualização dos animais antes que eles entrem na pista, mas a ação resultaria na derrubada de árvores de espécies nobres, como angico, aroeira, carandá e ipê.

De acordo com  a superintendente estadual do Ibama, Joanice Lube Battilani, as árvores serão mantidas somente próximo de córregos, 30 metros de cada lado, e na região de morraria, nos locais onde serão instaladas seis passagens superiores na rodovia, para facilitar a passagem de animais como macacos e quatis.

“Possivelmente vai ter gente que vai reclamar, mas precisa entender que é para salvar vidas de animais e de usuários da rodovia”, explica

Ela lembrar, no entanto, que grande parte das mortes que ocorrem naquela região é em decorrente da colisão de veículos contra árvores de grande porte muito próximas da pista de rolamento. Outra vantagem, segundo ela, é que a retirada de toda a vegetação às margens da pista reduzirá o risco de incêndios provocados por bitucas de cigarro jogadas por motoristas desatentos.

Outras medidas

De acordo com o estudo além da retirada da vegetação, é necessária a instalação de pelo menos 140 quilômetros de telas com dois metros de altura nos locais mais críticos da BR-262, próximos a córregos e refúgios ecológicos, para reduzir a morte de animais atropelados. Os 16 quilômetros de tela instalados pelo Dnit em 2019 precisarão ser removidos e refeitos, pois estão muito próximos da pista e não seguem os padrões técnicos adequados. As novas telas deverão ser instaladas no pé do aterro, afastadas da pista.

Os estudos iniciais do Ibama também apontaram a necessidade de instalar 22 radares, mas apenas 12 foram implantados e, desses, apenas cinco funcionam atualmente. O Dnit se comprometeu a reativar os sete radares antigos e instalar outros dez, o que obrigará os motoristas a reduzirem a velocidade nos locais de maior incidência de atropelamentos de animais. Essas medidas visam a preservação da fauna e a segurança viária na rodovia.

A previsão do Ibama é de que sejam necessários pelo menos R$ 25 milhões de reais para que todas as medidas sejam atendidas. De acordo com Joanice, o Dnit está disposto a seguir todas as determinações e já tem disponibilidade de recursos para iniciar os trabalhos. A licitação, de acordo com ela, deve sair nas próximas semanas.