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Produtor que desmata passa a ter financiamento bloqueado

Produtor que desmata passa a ter financiamento bloqueadoJá foram bloqueados R$ 25 milhões em recursos de crédito. Foto:Semad

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Pela primeira vez, proprietários rurais envolvidos com desmatamentos irregulares sofrem imediatamente as consequências disso no bolso. Isso porque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem usado dados de monitoramento do MapBiomas para identificar e bloquear o financiamento de produtores ligados à devastação.

A ferramenta dotada de mapas de georreferenciamento aponta com precisão como está a cobertura e o uso do solo, em cada um dos biomas do país, permitindo a detecção diária da derrubada de árvores. Desde fevereiro, quando foi adotada pelo Banco, foram bloqueados R$ 25 milhões em recursos de crédito de 58 proprietários, equivalentes a 1,3 mil campos de futebol.

De acordo com a Agência Brasil, o BNDES cruza as informações do MapBiomas com os registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para localizar os imóveis rurais. Antes de determinar o bloqueio, é conferido se existe autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o desmatamento legal da. Em caso negativo, o bloqueio do financiamento é realizado imediatamente.

Para voltar a ter acesso ao crédito rural, a propriedade onde foi detectada a ilegalidade precisará regularizar e reparar os danos à área devastada, perante os órgãos de controle ambiental. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, avaliou as vantagens da tecnologia empregada.

“É inquestionável porque é imagem. Como questionar? É muito mais eficiente usar a tecnologia do que simplesmente mandar o fiscal descer na área, andar na propriedade, identificar problemas. A imagem de satélite é um salto revolucionário, é uma tecnologia disruptiva”.

Mercadante adiantou que os bloqueios de financiamentos vão ser a linha do banco, daqui para frente.

“O BNDES vai ser implacável. Nós não aceitamos mais empresários criminosos que desmatam e têm financiamento em bancos públicos e privados, porque estamos trabalhando com vários parceiros”.

Mercadante destaca que a próxima etapa é, justamente, firmar parcerias com os governos estaduais para receber essas informações.

“Temos o desafio de ter acesso às informações de autorizações de desmatamento dos órgãos estaduais. Na próxima etapa, em um primeiro momento, vamos fazer um acordo com os estados da Amazônia, depois, com os outros biomas para a gente ter uma checagem completa”, diz.

Mercadante revelou que o pioneirismo da ação está sendo apresentado pela diretoria do BNDES, durante assembleia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que ocorre no Panamá entre 16 e 19 de março.

“Nós estamos dispostos a assessorar, repassar e trabalhar em parceria. Seria muito bom, por exemplo, para os países da região amazônica usassem o mesmo instrumento. Isso seria um impacto muito grande, inclusive muito bem recebido pela comunidade internacional”.

Fonte: Agência Brasil

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