O Brasil registrou o segundo maior aumento anual em geração eólica e solar no mundo em 2023, ficando atrás apenas da China, mostram dados do think tank Ember. A pesquisa analisou o desempenho do setor elétrico dos países do G20, com foco especial na geração de energia renovável.
O país teve o maior percentual de eletricidade limpa do G20 no ano passado, segundo a análise da Ember, gerando 89% da sua eletricidade a partir de fontes renováveis, três vezes a média global, de 30%, destacam Um só planeta, Exame e Pluminews. A líder China, por exemplo, tem uma participação de 31% das fontes renováveis no total de eletricidade gerada.
O avanço das renováveis ajudou o país a reduzir as emissões do setor de energia de 0,56 MtCO2 por habitante em 2014 para 0,33 MtCO2 por habitante em 2023, informa o Market Insider. Com isso, o Brasil mantém o posto de país com as menores emissões per capita no G20, que ocupa há duas décadas – exceto em 2014, quando foi ultrapassado pela França. Desde então, o Brasil continuou reduzindo suas emissões por habitante, enquanto as emissões per capita da França permaneceram relativamente estáveis.
Apesar da Ember destacar o Brasil como exemplo no G20, é preciso ressaltar que há uma imensa pressão para a expansão da termeletricidade a gás fóssil na matriz elétrica brasileira que ameaça esse cenário. É o que mostra o relatório “Regressão energética: como a expansão do gás fóssil atrapalha a transição elétrica brasileira rumo à justiça climática”, lançado mês passado pela Coalizão Energia Limpa.
“Jabutis” que beneficiam a geração elétrica a gás e carvão no projeto de lei que cria o marco das eólicas offshore, bem como os 8 GW a gás fóssil inseridos na lei de privatização da Eletrobras podem “sujar” a eletricidade nacional justamente num momento em que os países se comprometeram na COP28 em triplicar a capacidade de energia renovável instalada até 2030.