A Bunge, gigante do agronegócio, anunciou nesta quinta-feira, 11/4, um investimento de mais de R$ 100 milhões (US$ 20 milhões) para expandir seu Programa de Agricultura Regenerativa no Brasil. O objetivo é dobrar a área de cultivo com práticas sustentáveis, chegando a 600 mil hectares até 2026, em 10 estados: Pará, Goiás, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, para além dos já contemplados Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia e Mato Grosso.
Isso representa um aumento significativo em relação aos atuais 250 mil hectares e equivale a 804 mil campos de futebol.
De acordo com a empresa, produtores que venderem à companhia soja, milho e trigo cultivados com técnicas sustentáveis orientadas e supervisionadas pelo programa receberão pagamento de prêmio, acesso gratuito à assistência técnica e a ferramentas digitais e de precisão, bem como apoio para a utilização de insumos sustentáveis.
Já clientes interessados em produtos cultivados com práticas regenerativas também poderão participar da iniciativa optando por investir, em conjunto com a Bunge, na adoção de novas práticas agrícolas nas fazendas participantes e/ou se comprometendo com a compra desses produtos.
“A jornada para uma agricultura de baixo carbono é coletiva e deve ser trilhada com o devido reconhecimento aos produtores, que investem constantemente em tecnologia e no aprimoramento de suas técnicas. Ao integrar demanda e oferta por produtos cultivados com práticas regenerativas, nosso programa oferece uma abordagem prática e inovadora de remuneração, o que reforça nossa visão de negócios, centrada em sermos o parceiro estratégico e preferencial em soluções sustentáveis para agricultores e clientes finais”, afirma o vice-presidente de Agronegócio da Bunge para a América do Sul, Rossano de Angelis Jr.
Em setembro de 2023, matéria da Repórter Brasil revelou que a empresa adquiriu grãos produzidos por um grupo familiar alvo de multas milionárias do Ibama. Já, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em dezembro passado, em Dubai, a Bunge estava entre as oito das gigantes de commodities do mundo que se comprometeram a não comprar mais soja de fazendas ligadas à destruição de pastagens na América do Sul.