Um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), feito a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrou que caminhões utilizados em bloqueios antidemocráticos de estradas e vias no Mato Grosso já tiveram envolvimento em crimes ambientais, tráfico de drogas e contrabando.
Desde a confirmação da vitória do presidente Lula no 2º turno das eleições, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro realizam manifestações de cunho golpista. Inicialmente, esses grupos bloquearam estradas em diversos pontos do Brasil, mas concentrados principalmente no Centro-Oeste, região onde o atual mandatário obteve seu melhor desempenho eleitoral.
Na época, o STF determinou à PRF que identificasse os veículos que participavam dos bloqueios, bem como seus proprietários. Um ofício assinado pelo procurador-geral de Justiça de MT, José Antônio Pereira, ressaltou que “alguns desses veículos têm, inclusive, envolvimento com ilícitos anteriores, conforme informado pela PRF”.
A Folha listou alguns desses veículos. Por exemplo, um veículo utilizado nos bloqueios, em nome de Vanteir Pereira da Silva, foi apreendido em dezembro de 2021 em Rondonópolis (MT) por transportar madeira, lenha e carvão sem licença válida.
Como ((o)) eco assinalou, o Mato Grosso tem sido um dos estados mais afetados pelo movimento antidemocrático. Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, determinou o afastamento do prefeito de Tapurah, Carlos Capeletti, por financiar atos golpistas em rodovias no estado. Outro caso é o do bolsonarista Milton Baldin, preso por ter mobilizado atiradores com registro de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC) para um ato contra o presidente-eleito Lula.