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Carrefour vende carne de regiões desmatadas da Amazônia Legal

Carrefour vende carne de regiões desmatadas da Amazônia LegalApp monitora origem da carne. Foto: Tânia Rego - Agência Brasil.

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Espalhados por todo o país, os supermercados da rede Carrefour podem estar vendendo carne produzida em áreas de risco ambiental na Amazônia, incluindo unidades de conservação, terras indígenas e fazendas acusadas de utilizar mão de obra análoga à escravidão. É o que mostra um levantamento da Repórter Brasil realizado a partir dos os dados do aplicativo Do Pasto ao Prato, que você já viu há alguns meses aqui no Gigante 163.

A iniciativa monitora a origem da carne a partir de informações coletadas pelos próprios consumidores em supermercados e aponta que pelo menos 26 plantas localizadas na Amazônia Legal abasteceram as prateleiras do Carrefour em 2022. Dos 498 produtos escaneados em lojas espalhadas pelo Brasil, 148 vieram de frigoríficos localizados no Pará, em Rondônia, no Mato Grosso e no Tocantins.

Assim, a análise concluiu que parte da carne comprada pelo grupo vem de áreas de alto risco de desmatamento e queimadas na Amazônia Legal. São zonas de fronteira agrícola, locais onde a produção agropecuária pressiona terras indígenas e unidades de conservação. E chegam a todos os recantos do país, incluindo estados do Sul, Sudeste e Nordeste, regiões distantes da Amazônia Legal.

O gado criado ilegalmente no Mato Grosso também pode ter chegado até as prateleiras do Carrefour. Isso porque as unidades da Marfrig e da JBS em Pontes e Lacerda e ainda da JBS em Confresa, que abastecem a rede, compraram animais de pecuaristas com áreas embargadas pelo Ibama.

Em nota, o Carrefour disse que desde 2016 tem uma política socioambiental para compra de carne bovina. Alegou exigir que seus fornecedores tenham sistema de monitoramento via satélite e garantiu que a própria rede “realiza análises socioambientais e geoespacial de cada fazenda originária”.

Procurada pela reportagem da Repórter Brasil, a JBS disse que “está comprometida com uma cadeia bovina sustentável” e afirmou que, com as informações publicadas nos relatórios anteriores, “não pode avançar em uma análise e verificar se há produtores não conformes aos critérios socioambientais e tomar medidas cabíveis”. Leia a nota na íntegra.

Confira a matéria completa aqui.

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