A COP27 chegou ao fim no domingo, 20/11, no Egito, com algumas decisões importantes e também decepções. Uma questão a ser celebrada foi a criação do mecanismo de Perdas e Danos, uma forma de compensar, por meio de um fundo, os países pobres, que sofrem as consequências da crise climática e pouco ou nada contribuíram com suas causas.
De acordo com a Folha, o tema era evitado nas conferências climáticas desde a criação da Convenção do Clima da ONU, há 30 anos, e só entrou na agenda da COP27 nos últimos minutos antes da abertura dessa edição, há duas semanas.
“Hoje, a comunidade internacional restaurou a fé global neste processo crítico dedicado a garantir que ninguém seja deixado para trás. Os acordos feitos na COP27 são uma vitória para o mundo inteiro”, disse em nota, ao final da plenária, o presidente da Aliança das Pequenas Ilhas e ministro do Meio Ambiente das ilhas Antigua e Barbuda, Molwyn Joseph.
Outro ponto positivo. que interessa especialmente ao Brasil e outros países com grandes áreas florestais, foi a inclusão de florestas e a menção, pela primeira vez em um documento final de uma conferência climática, às soluções baseadas na natureza. Todos sabemos a importância da preservação das nossas florestas e seu papel para diminuir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e armazenagem de carbono.
Apesar dessas boas novas, no entanto, houve clara dificuldade em avançar na redução das emissões, mesmo com a evidência do que as mudanças climáticas têm causado no mundo todo, com eventos extremos como enchentes que destroem cidades, e secas que prejudicam plantações. E a meta de 1,5 C de redução ficou mesmo apenas na menção.
O texto final da COP27 não incluiu a urgência da eliminação do carvão e, quando cita os demais combustíveis fósseis, é apenas para recomendar a eliminação de subsídios ineficientes. Ou seja, metas climáticas ficam cada vez mais distantes sem assumir um compromisso de eliminar os fósseis.
Em relação à promessa de financiamento anual de US$ 100 bilhões para que os países pobres possam enfrentar as mudanças climáticas, a partir de 2020, segue indefinida.