O governador Mauro Mendes anunciou participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP-27), que está acontecendo em Sharm El-Sheikh, no Egito, até 18 de novembro.
Com os Estados brasileiros que compõem o Consórcio da Amazônia Legal, a delegação mato-grossense, formada por Medes e demais representantes, participará de coletivas de imprensa, mesas temáticas, reuniões com investidores , entre outros compromissos.
A intenção governamental é mostrar um Mato Grosso que “mais produz e preserva”, destacando iniciativas como a Estratégia PCI (Produzir, Conservar e Incluir), programas REM (REDD Early Movers) e Page (Parceria para Ação em Economia Verde). A realidade dos números, porém, revela outro cenário, com dados chocantes sobre destruição ambiental.
Só para citar o estudo mais recente: Mato Grosso atingiu o maior nível de degradação de florestas dos últimos 15 anos e foi responsável por 74% da degeneração nos Estados da Amazônia Legal, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Na Amazônia Legal, ao todo, foram degradados, no período, 9.069 km² e o Estado é o primeiro no ranking em degradação, com 6.711 km². Segundo o estudo, o avanço de atividades exploratórias, como a mineração, extração de madeira e o agronegócio, contribuíram para o índice, além do crescimento da violência no campo.
Além disso, os três biomas mato-grossenses têm sofrido com toda ordem de crimes ambientais. E se existem programas para evitar que isso aconteça, eles não têm sido eficazes.
De acordo com o MapBiomas, em 2021, Mato Grosso ocupou a terceira posição no ranking do desmatamento entre os 27 Estado da Federação.
“Ao todo, uma área de 194.498 hectares (quase 2 mil km2) foi desmatada ao longo do ano passado. De acordo com com dados do Imazon, no acumulado de 2022, apenas o bioma amazônico já teve desmatado 1.369 km2 de floresta. É o pior resultado até setembro desde a chegada de Mauro Mendes e Jair Bolsonaro (PL) ao poder, em 2019″, afirma reportagem do Eco.
Em relação ao Cerrado, no mesmo período, análises do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, entre 2019 e 2021, o bioma perdeu 2.457,12 km2 de sua vegetação em Mato Grosso. É o terceiro pior resultado entre os Estados cobertos pelo Cerrado.
O Pantanal, de acordo com MapBiomas,teve desmatados 28.671 hectares de sua cobertura florestal, no ano passado. Uma área de 286,71 km2 que abrange os territórios de Mato Grosso e do vizinho Mato Grosso do Sul.