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Degradação florestal cresceu 54 vezes na Amazônia em agosto

Degradação florestal cresceu 54 vezes na Amazônia em agostoFogo consumiu 7 mil hectares do Parque Estadual Cristalino II, em MT. Foto: Reprodução

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Mais um dado devastador a se somar a tantos outros: a degradação florestal, causada pela extração de madeira e pelas queimadas, cresceu 54 vezes na Amazônia em agosto, em relação ao mesmo mês do ano passado. A área degradada passou de 18 km² em agosto de 2021 para 976 km² em agosto de 2022, uma alta de 5.322%.

E, o pior, nosso Mato Grosso lidera com o maior índice, com 657 km2  de área degradada, seguido de Pará (240 km2) e Acre (28 km2).

Os dados são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

De acordo com a entidade, o desmatamento acumulado na Amazônia já chegou a quase 8 mil km² apenas em oito meses, sendo o maior dos últimos 15 anos. Somente em agosto foram derrubados 1.415 km² de floresta, uma área quatro vezes maior do que Belo Horizonte.

Os Estados que mais desmataram no último mês foram Pará (647 km2), Amazonas (289 km2) e Acre (173 km2). Juntos, eles somaram 78% do desmatamento registrado em 2022 até agora.

“Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia, com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E infelizmente temos visto ações insuficientes para combater esse problema”, lamenta a pesquisadora Bianca Santos, do Imazon.

Qual a diferença entre desmate e degradação florestal?

O instituto classifica como desmatamento quando a vegetação foi totalmente removida, o chamado “corte raso”, e como degradação florestal quando parte da mata foi retirada por causa da extração de madeira ou afetada pelo fogo. Por isso, é comum que uma área classificada como degradada seja posteriormente desmatada.

A importância do monitoramento

“Em muitos casos de áreas que sofrem degradação florestal por exploração madeireira, após a retirada total das espécies de valor comercial, é feita a remoção completa das árvores para destinar aquela área a outros tipos de uso, como por exemplo a agropecuária ou até para a especulação imobiliária, no caso da grilagem”, explica Bianca.

É por isso que monitorar também a degradação, e não apenas o desmatamento, é muito importante para a Amazônia. “Se os órgãos ambientais agirem para proteger as áreas degradadas recentemente, podem evitar que elas sejam desmatadas nos meses seguintes”, completa a pesquisadora.

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