O desmatamento na Amazônia em julho atingiu 1.487 km². É o mesmo que dizer que uma área equivalente à da cidade de São Paulo (1.500 km2) foi destruída num único mês. Os dados do Deter-B, o sistema de detecção de desmatamento em tempo real do Inpe foram divulgados nesta sexta-feira, 12/8.
É a terceira taxa mais alta da série histórica iniciada em 2015. Isso deve refletir numa taxa oficial de desmatamento acima dos 10.000 km2 pelo quarto ano consecutivo. Os dados finais vêm de um outro sistema do Inpe, o Prodes, que é mais acurado que o Deter, mas cujas estimativas só são divulgadas no fim do ano.
“É mais um número que estarrece, mas não surpreende: o desmatamento fora de controle na Amazônia resulta de uma estratégia meticulosa e muito bem implementada de Bolsonaro e seus generais para desmontar a governança socioambiental no Brasil”, disse Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.
Mato Grosso, desta vez, foi desbancado pelo Amazonas, que aparece, pela primeira vez na série histórica do INPE, como o segundo Estado mais desmatado na Amazônia (o Pará segue o líder). Foram 3.072 km² de alertas registrados no Pará, 2.291 km², no Amazonas e 1.433 km² no Mato Grosso, no período que vai de agosto de 2021 a julho de 2022.
A expectativa da pavimentação da BR-319 foi um dos fatores que levaram o desmatamento a explodir no Amazonas. A rodovia corta o maior bloco de florestas intactas da Amazônia. Em 28 de julho, foi expedida a licença prévia para o asfaltamento do trecho ambientalmente mais sensível da obra, atropelando pareceres de técnicos do próprio governo.
Fonte: Observatório do Clima
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