No primeiro trimestre de 2022, a Amazônia apresentou a maior área desmatada na série histórica para o período. Segundo dados do Deter, sistema de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira, 8/4, foram 941,3 km² de floresta perdida — um aumento de 64% em relação ao mesmo período de 2021. A área, segundo matéria publicada no Metrópoles, equivale a quase três vezes o Estado do Goiás.
Conforme apontado pelo portal G1, dentre os três meses, janeiro se destaca com um total de 430,44 km² de área degradada, valor 165% maior que a média do mês no período entre 2016 e 2021. Em fevereiro, a área desmatada foi cerca de 199 km², aproximadamente 47% a mais que a média. Já o mês de março apresentou uma queda de 15% em comparação ao ano anterior, com uma área total de 312,2 km² de floresta perdida. O valor, ainda assim, foi 11,8% acima da média.
“Se você olhar os números mensais e comparar com os períodos mais secos, esse período que a gente está vivendo agora é mais baixo. Só que o mais baixo desse período que estamos vivendo agora está sendo mais alto do que o baixo dos outros anos. A gente costumava detectar muito pouco desmatamento nesta época”, diz Gabriel Lui, coordenador de Uso da Terra do Instituto Clima e Sociedade (iCS), em entrevista ao G1.
Por que o desmatamento na Amazônia gera tanto debate e preocupação?
O desmatamento excessivo da Amazônia Legal altera serviços ecossistêmicos importantes ao bioma, afetando comunidades locais, produtores e espécies nativas de plantas e animais. Com o ciclo hidrológico desregulado, por exemplo, processos de evapotranspiração e evaporação são alterados, prejudicando plantações próximas à área desmatada.
Além disso, o desmatamento ainda provoca o aumento na liberação de gases do efeito estufa (GEE), desencadeando uma série de consequências, a curto, médio e longo prazo, ao Brasil. É importante destacar também que, com o desmatamento da Amazônia, a imagem do país no mercado global é prejudicada, impactando o andamento e lucro das produções brasileiras da porteira para fora.