Por André Garcia
A área sob alertas de desmatamento na Amazônia caiu 45% nos dois primeiros meses de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto no Cerrado houve aumento de 6%. Os dados são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora o desmate por satélite.
Na Floresta Amazônica, a área com alertas foi de 260,75 km² neste ano, contra 345,37 km² em 2024. A quantidade de alertas emitidos também caiu: em fevereiro, por exemplo, houve apenas 196 avisos, ante mais de mil no mesmo mês de 2024. Como já mostramos, o recuo está relacionado ao reforço nas ações de fiscalização
Por outro lado, o Cerrado continua sendo o bioma mais ameaçado do Brasil, pressionado principalmente pela expansão agropecuária. Na região, a área de alertas somou 786,08 km² em janeiro e fevereiro de 2025, frente aos 759,81 km² registrados no mesmo período do ano anterior. Já o número de alertas teve mais de 2 mil registros a mais.
Ranking da destruição
Mato Grosso liderou a destruição da Amazônia em fevereiro, com 28,59 km² sob alertas de desmatamento, seguido por Roraima, com 17.95 km², e Pará, com 15,27 km². Juntos, os três estados derrubaram uma área de vegetação nativa equivalente a 9 mil campos de futebol.
Em Mato Grosso também estão localizados seis dos 10 municípios que mais desmataram o bioma no mês passado: Aripuanã (4,35 km²), Tapurah (3,60 km²), Marcelândia (3,18 km²), Nova Maringá (3,16 km²), União do Sul (2,63 km²) e Colniza (2,49 km²), todos eles conhecidos pela forte expansão agrícola e madeireira.
No Cerrado, o desmate segue concentrado principalmente na região do Matopiba — que abrange partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia —, responsável por 377,66 km² dos alertas em fevereiro. Considerando apenas a região Centro-Oeste, Mato Grosso novamente liderou o ranking com 52,81 km² desmatados.
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