Por André Garcia
Embora o Pantanal seja o bioma mais ameaçado pelas queimadas neste ano, o alerta também está aceso para a Amazônia e para o Cerrado, onde os incêndios florestais apresentaram salto de 107% e 37%, respectivamente, na comparação entre os cinco primeiros meses de 2023 e 2024.
Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que, na Amazônia, os focos passaram de 5.103 para 10.647 no período. Além disso, segundo análise da WWF Brasil, apenas dois estados concentram 82% das queimadas no bioma: Roraima com 4.623 focos e Mato Grosso com 3.829 focos.
Já no Cerrado, os registros passaram de 5.850, entre 1 janeiro e 31 de maio de 2023, para 8.012 em 2024.
Como já mostramos, os biomas são conectados e interdependentes, o que significa que cenários de crise podem ter suas consequências estendidas por todo o país. Logo, a seca que vem afetando as três regiões nos últimos meses gera um efeito em cadeia que prejudica o abastecimento e amplia o risco de incêndios.
“Logicamente, um pouco da explicação dessa grande seca que o Cerrado enfrentou em outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março, também tem a ver com a redução do transporte de água pelos rios voadores que vem da Amazônia, que também bateu um recorde a seca mais forte do regime registro histórico”, explicou à reportagem o professor Carlos Nobre.
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