O Brasil atingiu mais uma marca histórica na energia solar fotovoltaica. O país superou os 40 gigawatts (GW) de capacidade instalada da fonte, segundo o levantamento mais recente da ABSOLAR. O volume soma sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, modalidade conhecida como geração distribuída (GD), e grandes usinas solares, em geral contratadas nos leilões centralizados promovidos pelo governo federal.
A maior parte dessa potência vem do segmento de GD, que totalizam 27,5 GW de capacidade instalada. Já na geração centralizada, o Brasil possui cerca de 12,5 GW de potência instalada em usinas solares de grande porte.
Com a nova marca, a participação da fonte solar na matriz elétrica brasileira equivale agora a 17,4%. Apenas em 2024, o setor solar já adicionou 3 GW à capacidade de geração de energia elétrica instalada em território nacional, informam Estadão, epbr, Portal Solar e Exame.
Desde 2012, a fonte solar trouxe ao Brasil mais de R$ 189,4 bilhões em novos investimentos. Além disso, rendeu mais de R$ 53 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou cerca de 1,2 milhão de empregos acumulados, afirma a associação.
Ainda pelos cálculos da ABSOLAR, o setor fotovoltaico já evitou a emissão de 48,9 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade no Brasil.
Contratos de longo prazo
Levantamento da consultoria Clean Energy Latin America (CELA) mostrou que o volume de contratos de longo prazo de energia nos segmentos solar e eólico no mercado livre de energia em 2023 foi impulsionado pela autoprodução no Brasil, informam Valor e Canal Solar. Na autoprodução, o consumidor detém participação acionária em uma usina e recebe outorga para produzir energia para seu uso exclusivo. Dos 23 contratos de longo prazo celebrados no ano passado, 20 foram alocados no modelo de autoprodução no mercado livre, segmento em que o consumidor pode escolher o seu fornecedor e estabelecer contratos por fonte, prazo ou preço.
Acesso
Uma das características da energia solar por geração distribuída no Brasil é ser majoritariamente ligada a consumidores de renda mais alta, devido ao preço dos equipamentos. Por isso é uma boa notícia que o uso de painéis solares esteja crescendo em bairros da periferia de Salvador, de baixa e média rendas, informa a Folha.
Ainda assim, há um longo caminho para levar a fonte renovável a famílias mais pobres. Um dos gargalos é a falta de crédito para públicos com menor renda salarial.
“Para tornar acessível a instalação de painéis fotovoltaicos na periferia é necessária a implementação de políticas energéticas, subsídios e criação de linhas de créditos específicas para comunidade de interesse social”, diz Maiana Matos, especialista da Unicamp.