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Estudo mede emissões de carbono na produção de soja do Matopiba

Estudo mede emissões de carbono na produção de soja do MatopibaIdeia é fomentar a expansão sustentável da região. Foto: Wenderson Araújo

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A região do Matopiba –  Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia-  é responsável pela emissão média de 0,97 toneladas de CO2 por hectare anualmente, segundo pesquisa da Fundação Solidaridad e da Agroicone. O estudo indica, ainda, que a utilização de corretivos agrícolas, como calagem e gesso, é responsável por 55,5% dessas emissões. As informações são do Globo Rural.

O objetivo da pesquisa era encontrar soluções financeiras para aumentar a produção de soja nas áreas já cultivadas, sem a necessidade de expandir para novas áreas de floresta.

Com 73 milhões de hectares, o Matopiba é uma das principais regiões agrícolas do Brasil, responsável por 12% da produção nacional de soja. Porém, a expansão das atividades agrícolas nessa região, em áreas de vegetação nativa, tem gerado preocupações com os impactos ambientais, como o aumento das emissões de carbono.

A Moratória da Soja impulsionou a expansão da soja para o Matopiba, uma região de transição ecológica sensível. Essa nova dinâmica agrícola coloca em risco a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos dessa área.

O estudo revelou que a conversão de áreas de Cerrado para o sistema de plantio direto pode levar ao sequestro de até 1,76 toneladas de CO2 por hectare anualmente. Essa estimativa foi obtida a partir da análise de diferentes cenários de uso da terra, considerando áreas de preservação permanente e reservas legais.

Crédito Rural

O crédito rural, principal instrumento para financiar a produção agrícola, apresentou um crescimento expressivo nos últimos quatro anos. Os recursos contratados pelos produtores saltaram de R$ 190 bilhões para R$ 357 bilhões, representando um aumento de 88%.

“No caso da soja, a indústria deve avançar em compromissos para reduzir o desmatamento e as emissões de carbono, criando e fortalecendo arranjos com os produtores. Isso inclui pagamentos por Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e créditos de carbono, além de incentivar o aumento de produtividade por meio de tecnologias como o Sistema de Plantio Direto (SPD) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)”, disse a fundação.

A fundação reitera que é essencial a colaboração entre o setor produtivo e o governo para encontrar caminhos que orientem a expansão agropecuária sobre áreas abertas, preservando aquelas com vegetação nativa.