HomeEcologia

Estudo mostra impactos positivos na saúde do solo do Cerrado Goiano

Estudo mostra impactos positivos na saúde do solo do Cerrado GoianoEstudo é importante para todo o Centro-Oeste. Foto: Embrapa

Centro-Sul tem a safra de cana mais produtiva dos últimos 20 anos
Questão climática faz indenização no campo aumentar 49% no outono
Mato Grosso tem 35 municípios na lista dos 100 mais ricos do agronegócio brasileiro

Um estudo comparou sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) recém-implantados com pastagem não cultivada no Cerrado goiano. A pesquisa, realizada pela Embrapa e pelo Instituto Federal Goiano (IFGoiano), mediu indicadores de disponibilidade de água e aeração do solo. As informações foram publicadas no Globo Rural.

De acordo com a Embrapa, o aumento da macroporosidade do solo chegou a ser 50% superior ao do pasto-referência. Esses dois elementos são importantes, uma vez que estão ligados à sustentabilidade para o crescimento vegetal e para a vida microbiana debaixo da terra.

O estudo foi feito em duas fazendas-escola do IFGoiano – em Morrinhos e Iporá. Os sistemas de ILPF possuíam de um a dois anos de implantação, ou seja, estavam em seu início, e compreenderam árvores de eucalipto e nativas (como baru e angico) com o cultivo, nas entre fileiras, de soja, milho e braquiária.

Vacas leiteiras foram colocadas para pastar na área da forrageira enquanto cercas elétricas protegiam o crescimento das árvores. Para efeito de comparação, levou-se em conta áreas de referência sob pastagens não cultivadas há mais de três décadas.

Para estudar o solo, os pesquisadores coletaram amostras em sete camadas até um metro de profundidade, considerando o sistema radicular das árvores. As amostras foram analisadas em laboratório para avaliar porosidade e propriedades físicas e hídricas.

Resultados

“No caso de Morrinhos, o solo da fazenda é classificado como Latossolo argiloso. Nas condições em que o sistema de ILPF foi conduzido, foram medidos maiores valores de CAD (capacidade de água disponível no solo) do que na pastagem de referência. Isso pode ser atribuído ao maior volume de microporos responsáveis ​​pela retenção e armazenamento de água no solo. Latossolos naturalmente são ricos em agregados e microporos, mas o sistema de ILPF contribuiu para o aumento desses sítios de armazenamento de água em relação à pastagem não cultivada”, disse a pesquisadora Márcia Carvalho.

Já sobre Iporá, ela observou.

“O experimento ocorreu em um Cambissolo, com destaque para o indicador CAS (capacidade de aeração do solo), que mede o número de poros responsáveis pela troca de oxigênio e dióxido de carbono entre a atmosfera e o solo. O CAS é diretamente proporcional à macroporosidade, que aumentou 50% no sistema de ILPF em relação ao solo do pasto-referência. Maior CAS significa maior capacidade de atender à demanda respiratória de raízes e microrganismos, o que é importante nesses solos que, apesar de arenosos, podem ter drenagem impedida, devido ao nível alto do lençol freático e formação de pedra canga, material sólido formado por minerais”, complementou.

Carvalho revelou que estes experimentos no Centro-Oeste do Brasil são uma forma de acompanhar as diferenças na evolução da qualidade do solo, desde a fase inicial de implantação da integração entre cultivos, forrageiras e espécies arbóreas. Por isso, ela considerou importante a continuidade de monitoramento ao longo do tempo. Ela explicou que há outros tipos de sistemas de integração que levam à produção sustentável.