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EUA e Noruega formalizam aportes financeiros para Amazônia

EUA e Noruega formalizam aportes financeiros para AmazôniaRedução no desmatamento pesou nos investimentos estrangeiros. Foto: BNDES

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O governo dos Estados Unidos anunciou na manhã de domingo, 17/11, a consolidação de um pacote de ajuda a iniciativas de conservação da Amazônia, como parte de seu programa nacional de combate às mudanças climáticas. O presidente americano Joe Biden visitou Manaus.

Foi a primeira visita de um presidente estadunidense à Amazônia no exercício do mandato, onde foram anunciados acordos bilaterais, marcando os 200 anos de relação mútua entre Brasil e Estados Unidos; ações em conjunto com ONGs e empresas, inclusive bancos brasileiros e atuação no apoio ao combate ao crime organizado, especialmente a ação ilegal em mineração e derrubada de árvores e o combate a incêndios florestais.

As ações, segundo o anúncio, são para “ajudar a acelerar os esforços globais para combater e reverter o desmatamento e implantar soluções baseadas na natureza que reduzam as emissões, aumentem a biodiversidade e construam resiliência a um clima em mudança”.

Simbólica, a ação amplia o leque de iniciativas para o que a Casa Branca coloca como financiamento climático internacional, e se opõe a algumas posições públicas do presidente eleito Donald Trump, notório negacionista do impacto da ação humana sobre o clima.

Na nota sobre o pacote, o governo americano lembra que “desde o primeiro dia do governo Biden-Harris, a luta contra as mudanças climáticas tem sido uma causa definidora da liderança e da presidência do presidente Biden”.

“Nos últimos quatro anos, o governo criou um novo manual que transformou o combate à crise climática em uma enorme oportunidade econômica – tanto em casa quanto no exterior. Depois de liderar a ação doméstica mais significativa sobre clima e conservação da história e liderar os esforços globais para enfrentar a crise climática, hoje o presidente Biden está viajando para Manaus, Brasil, onde se reunirá com líderes indígenas e outros”, diz a nota.

A ação anunciada comemora a marca de US$ 11 bilhões anuais garantidos para ações de conservação em todo o mundo, aumento alegado por Washington de seis vezes em relação ao orçamento para financiamento bilateral no começo do governo Biden, quando sucedeu o primeiro mandato de Trump.

Parte das ações virá por meio do escritório federal Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA (DFC) e do Banco de Exportação e Importação dos EUA (Exin). O primeiro doará US$ 3,71 bilhões e o segundo US$ 1,6 bilhão ainda este ano.

Entre os anúncios formalizados em Manaus, estão a doação de US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia; lançamento de uma coalização de investidores, em parceria com o banco BTG Pactual, para restauração de terras e apoio à bioeconomia, que pretende conseguir US$ 10 bilhões até 2030, focados em projetos de remoção de emissões e apoio às comunidades locais; o apoio a iniciativas de geração de créditos de carbono com reflorestamento de áreas convertidas em pastagens, sob responsabilidade da empresa Mombak; a entrada do país no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (FFTS), proposto pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e em fase de modelamento e instalação, com uso de capital privado.

Estão previstos

  • investimentos diretos, como o de US$ 180 milhões junto à Coalizão Redução de Emissões por meio do Avanço do Financiamento Florestal (Leaf), para ações de reflorestamento no Pará;
  • ampliação de um acordo de investimento e cofinanciamento entre o DFC e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ampliando acordo assinado mês passado;
  • financiamento para o Laboratório de Investimentos em Soluções Baseadas na Natureza (SbN), com US$ 2 milhões do fundo Usaid para a iniciativa, do Instituto Clima e Sociedade e de financeiras;
  • investimento de US$ 2,6 milhões no projeto Rainforest Wealth, do Imaflora e do Instituto Socioambiental (ISA),
  • investimento de pouco mais de US$ 10 milhões a outros projetos em bioeconomia, cadeias de suprimentos de baixo carbono e outras modalidades de produção local,
  • US$ 14 milhões em financiamento direto à atuação de comunidades indígenas.

Noruega

A Norugea também anunciou novo aporte para o Fundo Amazônia receberá. Serão US$ 60 milhões (aproximadamente R$ 348 milhões) , em reconhecimento pelos esforços do Brasil com a redução do desmatamento em 31% no ano de 2023. Os recursos foram anunciados pelo primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, também tambem no domingo, 17/11, durante a Conferência Global Citizen Now: Rio de Janeiro.

O Fundo Amazônia é gerido pelo BNDES, sob coordenação do  Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA).

“O sucesso do Brasil na redução do desmatamento é uma prova clara das ambições e da determinação do governo Lula. Mostra como medidas direcionadas podem produzir resultados importantes para o clima e a natureza,” declarou o primeiro-ministro Støre.

A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destacou o esforço do Fundo Amazônia que atingiu a marca de R$ 882 milhões em aprovações de projetos este ano .

“O Fundo Amazônia é certamente um dos mais auditados do mundo e seguimos fortalecendo sua governança buscando ampliar o impacto na proteção ambiental, na bioeconomia e na inclusão social na região amazônica. Essa nova doação da Noruega mostra que estamos num caminho auspicioso para amplificar ações que beneficiem ainda mais pessoas e a natureza naquele território”.

 

Com informações da Agência Brasil e BNDES