Por André Garcia
Concentrada no Norte do Estado, na região Amazônica, a exploração ilegal de madeira em Mato Grosso abrangeu uma área de 48.072 hectares entre agosto de 2022 e julho de 2023. A prática foi identificada em 230 propriedades de 10 municípios, sendo que apenas 20 delas representam 1/3 da ilegalidade.
Os números, divulgados na quinta-feira 18/7, são do Sistema de Monitoramento de Exploração Madeireira (Simex) e mostram que Aripuanã lidera o ranking, com 19,4% do total, seguido por Nova Maringá, com 12,9%, e Colniza, com 9,5%.
Além disso, o levantamento reforça que, embora a área da derrubada clandestina tenha sido 40% menor que em 2023, o estado ainda enfrenta gargalos no monitoramento e fiscalização da atividade madeireira.
“Essa exploração ilegal acarreta prejuízos econômicos e na degradação florestal, que leva à perda de biodiversidade e do próprio potencial madeireiro, além do aumento da emissão de gases de efeito estufa”, afirma o coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do Instituto Centro de Vida (ICV).
A instituição integra a rede Simex, que avaliou a legalidade das ações comparando a área de exploração com as Autorizações de Exploração Florestal (Autex e AEF) válidas emitidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). O trabalho apontou que 64% da exploração irregular se deu em imóveis rurais privados cadastrados junto à Pasta.
Terras Indígenas e Unidades de Conservação
A exploração ilegal de madeira nesse período também afetou Terras Indígenas. Ao todo, foram 11,4 mil hectares registrados em 13 territórios. Os mais afetados foram as TIs Arara do Rio Branco, Aripuanã e Parque do Xingu.
Entre as Unidades de Conservação, o Parque Estadual Tucumã e as Estações Ecológicas do Rio Roosevelt e do Rio Ronuro foram as mais impactadas. Juntas, elas somam 80% da área explorada nessa categoria.
O mapeamento evidenciou uma redução de 42% na exploração ilegal de madeira nas terras indígenas e 82% de redução da exploração em unidades de conservação.
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