A destruição causada pelos incêndios no Pantanal remetem aos desastres de 2020, até então considerados os maiores que o bioma já enfrentou. Desde a semana passada, brigadistas e a população de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, estão enfrentado fogo na beira do rio Paraguai, perto da cidade, e agora o combate segue em outras frentes. As informações são da Folha de S. Paulo.
Conhecido por ser a maior planície alagável do mundo, o território do bioma é um desafio para o deslocamento dos brigadistas. O acesso a pontos afastados, mas que podem gerar incêndios graves, podem durar aproximadamente sete horas.
Mesmo depois de controlar focos de incêndio, outras áreas começam a queimar. É o caso da Curva do Tuiuiú, às margens do rio Paraguai e uma das razões para o espalhamento rápido das chamas, além da vegetação ressecada, é que o vento acelera a dispersão das chamas.
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) está mapeando as áreas queimadas sobrevoando a região. Após identificar os incêndios, equipes de campo farão uma vistoria nas áreas para monitorar a situação e verificar se será necessário fazer regastes e ajudar a alimentar animais afetados. O mapeamento também serve como uma bússola para as equipes, já que o deslocamento, inclusive de equipamentos, é trabalhoso.
Soma-se ao voo, o monitoramento feito por satélites e armazenado em plataformas como o sistema de alarmes do Lasa Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ.
“Com essa validação em campo, confirmo esses dados e gero produtos de acesso para eles”, disse a geógrafa Rayssa Noveli, do Instituto do Homem Pantaneiro.
Esses produtos de acesso são informações para que os brigadistas compreendam como está se movimentado o fogo, e quais os melhores caminhos para acessar as áreas com focos de incêndio para o combate.
Intensidade
Quando o fogo está muito forte, algumas áreas não poderão ser controladas, afirmaram os agentes. É preciso, a partir disso, escolher os focos que serão combatidos para evitar que o incêndio “pule” os aceiros, linhas de proteção com terra, ou até mesmo as pistas. O horário crítico desse risco é entre 10h e 15h, de acordo com os agentes.
Esse trabalho de combate aos incêndios na região exige grandes esforços de logística para o deslocamento, mas a temporada de fogo se antecipou. Para Sérgio Barreto, biólogo do instituto, o grande diferencial é a preparação.
“Temos equipamentos para resgatar de pequenos mamíferos a grandes animais, como antas e onças. Já em relação ao fogo, a detecção evoluiu e permite que brigadas como a do instituto consigam enfrentar focos de incêndio ainda no início”, conclui.