Por André Garcia
A Amazônia passou pelo quinto mês consecutivo de aumento no desmatamento e na degradação florestal. Dados do Imazon divulgados nesta terça-feira, 26/11, mostram que nos primeiros 10 meses de 2024, foram degradados 32.869 km², o equivalente a 21 vezes a cidade de São Paulo. A área também é quase três vezes maior do que o recorde de degradação até então, de 11.453 km², registrado em 2017.
Como já explicamos, diferente do desmatamento, que é a remoção total da vegetação, a degradação se caracteriza pela perda parcial da cobertura vegetal, que ocorre pelo fogo ou pela extração de madeira. Este, que é o pior cenário em 15 anos, foi impulsionado pelo recorde de queimadas registrado neste ano, que levou a degradação à uma média de 10 mil campos de futebol afetados por dia entre janeiro e outubro.
Conforme o monitoramento do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), feito por imagens de satélite, apenas em outubro a Amazônia teve uma área degradada de 6.623 km². Esse número também foi quatro vezes maior do que o registrado em outubro de 2023, quando foram degradados 1.554 km² de floresta.
Pará, Mato Grosso e Amazonas lideram degradação
O estado com a maior área degradada em outubro foi o Pará, com 2.854 km², 43% do total registado na Amazônia. Mato Grosso, com 2.241 km² afetados, 34% do total, ficou em segundo. E a terceira colocação foi do Amazonas, com 1.082 km² degradados, 16% do detectado na Amazônia.
O Pará também concentrou seis municípios no ranking dos que mais degradaram, atingindo 2.390 km². Outros três, que totalizam 773 km², estão em Mato Grosso.
O estado com a maior área degradada em outubro foi o Pará, com 2.854 km², 43% do total registado na Amazônia. Mato Grosso, com 2.241 km² afetados, 34% do total, ficou em segundo. E a terceira colocação foi do Amazonas, com 1.082 km² degradados, 16% do detectado na Amazônia.
O Pará também concentrou seis municípios no ranking dos que mais degradaram, atingindo 2.390 km². Outros três, que totalizam 773 km², estão em Mato Grosso.
Alerta em relação às queimadas
O pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr., que coordena o Programa de Monitoramento da Amazônia, explica que é normal haver aumento da degradação florestal na época de seca, o chamado “verão amazônico”, por causa da alta nas queimadas. Porém, as áreas afetadas nos meses de setembro e outubro são muito superiores às que vinham sendo registradas pelo sistema.
“Assim como o desmatamento, a degradação também emite gases de efeito estufa, que intensificam os efeitos das mudanças climáticas, como as graves secas que estamos vivendo na Amazônia”, destaca Souza Jr. ao apontar que “a seca severa de 2024 aumenta o risco às queimadas”.
De acordo com ele, este é mais um alerta sobre a necessidade de medidas específicas para combater esse dano ambiental e suas emissões.
“Por isso, precisamos de ações mais efetivas de combate a esse dano ambiental, principalmente se quisermos cumprir com a nova meta climática brasileira, a NDC (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada), apresentada na COP 29, no Azerbaijão, que prevê reduções de 59% a 67% nas emissões do país até 2035”, comenta o especialista.
Desmatamento teve alta de 44% em outubro de 2024
Embora o desmatamento acumulado de janeiro a outubro tenha sido 8% menor do que em 2023, outubro apresentou uma alta de 44% na derrubada, passando de 290 km² para 419 km². Essa foi a sétima maior área devastada em outubro dos últimos 16 anos, desde que começou o monitoramento do Imazon.
A derrubada foi liderada pelos estados de Mato Grosso (35%), Pará (31%) e Acre (12%), que juntos somam 330 km² destruídos, o que equivale a 78% de toda a perda registrada. Esses estados também concentram nove dos dez municípios que mais desmataram.
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