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Grandes propriedades lideram queima de 8,44 milhões de ha no Cerrado

Grandes propriedades lideram queima de 8,44 milhões de ha no CerradoCicatrizes de fogo chegam a 2,3 milhões de hectaresFoto: Agência Brasil

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Por André Garcia

Imóveis privados foram a categoria fundiária com maior área queimada no Cerrado neste ano, com 3,90 milhões de hectares atingidos pelo fogo. De janeiro a setembro. 8,44 milhões de hectares do bioma foram consumidos pelas chamas, segundo nota técnica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Publicado nesta terça-feira, 15/10, o documento mostra que grandes imóveis privados saem na frente no ranking de áreas queimadas, com cicatrizes de fogo que chegam a 2,3 milhões de hectares, 27% do total queimado no período. Já as médias e pequenas propriedades concentram 859 mil hectares e 649 mil hectares respectivamente.

Estes imóveis queimaram 1,2 milhões de hectares a mais que a área média atingida pelo fogo no mesmo período nos últimos cinco anos. Nas terras indígenas (TIs), foram 2,83 milhões de hectares atingidos, um acréscimo de 1,4 milhões de hectares na média registrada entre 2019 e 2023.

“A seca no Cerrado impulsionou a expansão da área queimada em quase todas as categorias fundiárias. Para enfrentar esse cenário, é preciso fortalecer a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, mudando práticas de manejo agrícola e incentivando o uso controlado do fogo”, aponta Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam.

De acordo com o levantamento, os quilombos e assentamentos foram as únicas categorias fundiárias com redução da área queimada quando comparadas à área média dos anos anteriores. Com um crescimento de 232%, as áreas militares tiveram o maior salto de área entre janeiro e setembro de 2024, seguidas pelas terras indígenas (105%) e pelas unidades de conservação (83%).

Ranking dos municípios

Entre os 1.413 dos municípios do Cerrado, 909 (64%) enfrentaram aumento na área queimada em setembro deste ano, quando comparado com setembro de 2023. Novo Santo Antônio (MT) registrou o maior aumento de área queimada, com 1861%, (125.035 hectares). Formoso do Araguaia (TO) e Pium (TO) tiveram o segundo e terceiro maior aumento, respectivamente 1258% e 1021%.

Com uma área queimada superior a 293 mil hectares, Formoso do Araguaia (TO) foi o município com maior área queimada. Cocalinho (MT) e Ribeirão da Castanheira (MT) ficam, respectivamente, em segundo e terceiro lugar.

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