Em Canarana (MT), indígenas das etnias Xavante e Boe Bororo foram capacitados para utilizar drones no monitoramento de incêndios florestais. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Canarana é o décimo quinto município com maior incidência de incêndios florestais em Mato Grosso neste ano. As informações são do Globo Rural.
“Estamos na época da seca agora e lutamos para diminuir o fogo (uso intencional) e os incêndios florestais. Mas às vezes é muito longe para a gente conseguir ver. O drone vai ajudar muito”, disse o chefe da brigada Felisberto Uruna Tseridzati, da etnia xavante.
O treinamento teve início quando ele e outros indígenas buscaram a Fundação Bunge para participar do curso de drone e georreferenciamento, realizado em colaboração com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). A fundação doou três drones e três tablets para três brigadas indígenas de Mato Grosso, como parte desse esforço de capacitação e monitoramento.
As aldeias que passaram pelo treinamento são duas das dezessete da Terra Indígena Pimentel Barbosa, que tem quase 330 mil hectares e 2,7 mil habitantes. Se contar as terras dos Boe Bororo, a área coberta pelas brigadas ultrapassa 630 mil hectares, com mais de 6,2 mil indígenas vivendo nela.Todo o trabalho foi assistido por funcionários da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
“Cultura é algo que não se muda. Mas o fogo não é cultura, é costume. Estamos ensinando a usá-lo moderadamente, para que não traga prejuízos”, afirmou o coordenador técnico da Funai na região, Francisco Magalhães.