Por André Garcia
A Amazônia registrou 21.674 focos de calor entre no mês de outubro, segundo o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os esforços constantes para combater o fogo na região, principalmente neste período do ano, ganham reforço com a adoção da inteligência artificial (IA) pelo poder público.
A demanda já está no radar da iniciativa privada, que corre para oferecer a tecnologia aos gestores. Exemplo disso é o Detector de Incêndios Florestais da startup brasileira iNeeds. Ao monitorar o microclima, medindo temperatura, umidade e pressão do ar, a ferramenta auxilia na identificação de focos de incêndio em estágios iniciais, quando ainda estão em fase de combustão lenta.
“Procuramos trabalhar em três frentes: primeiro com o mapeamento da região, depois com o desenvolvimento do equipamento e também do sistema que o cliente vai ter acesso às informações”, explicou recentemente o CEO da Ineeds, Pedro Curcio, ao Estadão.
Quando o sensor identifica indícios de fogo, ele envia automaticamente um alerta para o receptor localizado na sala de monitoramento da Defesa Civil do município, permitindo uma resposta rápida para conter o incêndio. O dispositivo é projetado para operar por longos períodos e utiliza energia limpa, alimentada por meio de um painel solar.
Depois de instalar os sensores, a empresa oferece um software de dados para que o cliente possa entender o que está sendo captado nos equipamentos. Assim, caso seja identificado algum movimento anormal, o aparelho envia um sinal para a Defesa Civil avisando sobre o risco.
Como já mostrado pelo Gigante 163, a utilização de satélites e drones para monitorar florestas, análise de big data e alertas em tempo real são importantes estratégias da inteligência artificial (IA) no combate às queimadas, ao desmatamento ilegal e a outros crimes ambientais.
Além disso, mais que antecipar ações de fiscalização, estas plataformas também podem agilizar o processamento de autorização do manejo florestal, já que podem incluir variáveis como áreas protegidas terras indígenas, unidades de conservação e territórios quilombolas, corpos hídricos e áreas com topografia desfavorável à expansão agrícola, como aclives ou declives acentuados.
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