Por André Garcia
Mato Grosso liderou a devastação na Amazônia Legal em janeiro deste ano, concentrando 45% dos 133 km² detectados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon. No total, a área desmatada cresceu 68% em relação a janeiro de 2024, representando também a sexta pior marca da série histórica para o mês.
O levantamento mostra que entre os 10 municípios que mais desmataram, seis estão em Mato Grosso. São eles: Juína, Nova Maringá, Feliz Natal, Porto dos Gaúchos, Aripuanã e Taborã.
No ranking estadual da destruição, Roraima e Pará ocupam a segunda e terceira colocação, com 23% e 20% do total, respectivamente. Juntos, os três maiores desmatadores respondem por 88% de toda a perda de vegetação no bioma, que, segundo a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim, vive uma crescente pressão.
“Para reverter esse cenário, é fundamental intensificar a fiscalização, ampliar as operações de combate aos crimes ambientais e fortalecer políticas que incentivem a proteção e o uso sustentável da floresta”, afirma ela ao defender a urgência do fortalecimento das ações de monitoramento na região.
Larissa alerta que, além desse crescimento, também é preocupante a perda em áreas protegidas concentrada em algumas regiões.
“Um exemplo é que apesar do Amazonas ter sido o quinto estado que mais desmatou em janeiro de 2025, a maioria das unidades de conservação que mais desmataram está localizada neste estado “, explica.
Degradação florestal em janeiro é a terceira maior desde 2009
A degradação, caracterizada pela derrubada parcial da vegetação, que ocorre devido às queimadas e extração madeireira, atingiu 355 km² no primeiro mês do ano de 2025, afetando um território maior que o município Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. A área ainda é 21 vezes superior à impactada no mesmo período do ano passado.
O dado é o terceiro maior da série histórica para o mês, ficando atrás apenas de janeiro de 2015 (389 km²) e de 2011 (376 km²). Os estados amazônicos que tiveram maior ocorrência da atividade foram Pará (46%), com 116 km² degradados, e Maranhão (40%), com 144 km². Juntos eles concentraram 86% das áreas com a prática.
É também dentro deles que estão os dez municípios com maior degradação, cinco deles no Pará e cinco no Maranhão. Ocupando o topo do ranking está o Prainha, localizado no Norte do Pará, que apresentou 67 km², extensão que equivale a 6.700 campos de futebol de mata afetados.
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